Estudo da USP revela ação do hormônio do crescimento na redução da ansiedade
Resultados promissores indicam o papel do GH na redução da ansiedade e do estresse
Um estudo recente realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) trouxe à tona uma nova função para o hormônio do crescimento (GH), além de seu papel tradicional no desenvolvimento corporal. A pesquisa identificou que o GH pode atuar como um agente ansiolítico, oferecendo um novo caminho para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos, como ansiedade e depressão.
Publicado no renomado “The Journal of Neuroscience”, o estudo apresenta evidências que abrem possibilidades de futuros medicamentos para controle da ansiedade.
Ação do GH em neurônios e transtornos psiquiátricos
O foco da investigação foi a remoção do receptor do GH em neurônios que expressam a somatostatina, uma substância que antagoniza o hormônio do crescimento.
A remoção deste receptor em camundongos machos resultou em um aumento significativo de comportamentos ansiosos, revelando o impacto direto do GH sobre a ansiedade. Além disso, o estudo demonstrou que o GH também pode influenciar a memória do medo, com efeitos observados em camundongos de ambos os sexos.
Os experimentos incluíram testes consagrados, como o campo aberto, labirinto em cruz elevado e a caixa claro-escuro, conhecidos por avaliar o comportamento relacionado à ansiedade. Os resultados sugerem que a ativação correta dos receptores de GH nos neurônios pode ser fundamental para regular a ansiedade e o estresse.
Novos caminhos para tratamentos
Embora o efeito ansiolítico do GH tenha sido mais evidente em camundongos machos, os pesquisadores ressaltam a necessidade de mais estudos para entender por que as fêmeas não apresentaram a mesma resposta.
Essa descoberta abre portas para o desenvolvimento de novas classes de medicamentos ansiolíticos, com base na ação do hormônio do crescimento, proporcionando uma esperança renovada no tratamento de transtornos psiquiátricos.
As implicações dessa pesquisa sugerem uma nova abordagem para terapias neuropsiquiátricas, oferecendo uma visão promissora do papel multifacetado do hormônio do crescimento.