Esta gordura pode aumentar o risco de doenças cardíacas
Um tipo de gordura pode aumentar o risco de doenças cardíacas graves, mesmo com IMC normal; entenda as descobertas do estudo
A gordura intramuscular, armazenada dentro dos músculos, pode aumentar o risco de doenças cardíacas graves, como ataque cardíaco e insuficiência cardíaca, segundo um estudo publicado no European Heart Journal.

Os pesquisadores apontaram que essa gordura está associada a danos nos pequenos vasos sanguíneos do coração, independentemente do índice de massa corporal (IMC).
Como o estudo foi realizado?
A pesquisa incluiu 669 pacientes avaliados no Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, por sintomas como dor no peito e falta de ar.
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Apesar de não apresentarem obstrução nas artérias coronárias, os pacientes foram submetidos a exames avançados de imagem para analisar o funcionamento do coração e a composição corporal.
Os cientistas mediram a quantidade de gordura intramuscular utilizando uma técnica chamada fração muscular gordurosa, que calcula a proporção de gordura em relação ao músculo total.
Durante os seis anos de acompanhamento, os pesquisadores registraram eventos como hospitalizações por ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou morte.
Resultados do estudo
O estudo revelou que indivíduos com maior quantidade de gordura intramuscular tinham maior probabilidade de apresentar disfunção nos pequenos vasos sanguíneos do coração, condição chamada de disfunção microvascular coronária. Esses pacientes também apresentaram maior risco de desenvolver doenças cardíacas graves no futuro.
Os resultados indicaram que, para cada aumento de 1% na fração de gordura muscular:
- O risco de disfunção microvascular subiu 2%;
- O risco de eventos cardiovasculares graves aumentou 7%.
Além disso, pessoas com alta taxa de gordura intramuscular combinada com disfunção microvascular estavam em risco ainda maior de morte ou hospitalização.
Em contrapartida, pacientes com maior massa muscular magra apresentaram menores riscos, destacando a importância de músculos saudáveis para o coração.
Por que a gordura intramuscular é preocupante?
Diferente da gordura subcutânea, que não apresentou aumento significativo de risco no estudo, a gordura intramuscular pode desencadear inflamações e alterar o metabolismo da glicose.
Isso leva à resistência à insulina e a condições como a síndrome metabólica, que prejudicam tanto os vasos sanguíneos quanto o músculo cardíaco.
Esses achados reforçam que o IMC, utilizado amplamente para avaliar o risco de obesidade e doenças cardíacas, pode ser insuficiente para identificar riscos individuais. O estudo sugere que a avaliação da composição corporal, incluindo a medição de gordura intramuscular, é crucial para entender melhor os fatores que impactam a saúde cardiovascular.
Embora ainda não existam diretrizes específicas para reduzir a gordura intramuscular, os pesquisadores destacam que estratégias como exercícios físicos e intervenções nutricionais estão sendo estudadas para avaliar seus impactos na composição corporal e na saúde do coração.