O que é a bulimia? Causas, sintomas e tratamentos da doença

Segundo o Ministério da Saúde, bulimia e anorexia podem atingir cerca de 10% da população mais jovem no Brasil

Pessoas com bulimia costumam apresentar sintomas físicos e comportamentais que se agravam com o tempo; saiba quais são possíveis causas – iStock/Getty Images
Pessoas com bulimia costumam apresentar sintomas físicos e comportamentais que se agravam com o tempo; saiba quais são possíveis causas – iStock/Getty Images

Classificada como um tipo de transtorno alimentar, a bulimia se caracteriza por episódios de compulsão por comida. Eles podem se manifestar por meio de comportamentos compensatórios como vomitar, jejuar e usar laxantes (inclusive a realização de enemas, que é a lavagem intestinal) e diuréticos em excesso, além de praticar exercícios físicos compulsivamente — tudo com o objetivo de evitar ganho de peso.

Enquadrados geralmente dentro da faixa considerada normal para o peso, os bulímicos podem ser definidos tanto pela compulsão alimentar quanto por comportamentos.

Por isso, a pessoa diagnosticada com a doença alterna entre a sentimento de culpa — na compulsão, ela ingere grande quantidade de calorias sem levar em conta o tipo de alimento que está consumindo e a saciedade — e de alívio, que sobrevém com comportamento de purgação.

Causas da bulimia

Embora as causas não sejam exatamente conhecidas, a bulimia pode acontecer desde o final da infância até o início da idade adulta. Pesquisas sobre o tema hipotetizam que a doença está associada a certos traços de personalidade, emoções e padrões de pensamento, além de fatores biológicos e ambientais, que podem funcionar como gatilhos.

Além disso, a relação familiar observada pela doença sugere relação genética. Depressão e transtornos de ansiedade, uso de substâncias legais ou ilegais (álcool, drogas etc.), eventos traumáticos, estresse e dietas de emagrecimento frequentes são outros fatores de risco associados à bulimia.

Sintomas

O bulímico pode não apresentar perda acentuada de peso, ao contrário do que acontece na anorexia, o que torna o quadro mais difícil de ser identificado, principalmente por quem convive com ele.

Entre os sintomas físicos estão:

  • dor de garganta crônica;
  • inchaço das glândulas salivares no pescoço e na região da mandíbula;
  • erosão do esmalte dentário devido à exposição ao ácido estomacal causada pelos vômitos frequentes;
  • cáries, dentes descoloridos ou “moles”, além de sensibilidade a alimentos quentes ou frios;
  • refluxo gastroesofágico e outros problemas gastrointestinais;
  • irritação da parede do intestino devido ao uso excessivo de laxantes;
  • menstruações irregulares;
  • desidratação;
  • desequilíbrio no nível de minerais como cálcio e potássio, o que pode levar a ataques cardíacos.

Em relação aos sintomas comportamentais, destacam-se:

  • acumular ou roubar comida;
  • adotar rituais alimentares como comer apenas um tipo de alimento e mastigá-lo muitas vezes;
  • pular refeições ou ingerir pequenas porções por vez;
  • usar o banheiro após as refeições;
  • ter depressão, alterações de humor ou comportamentos obsessivo-compulsivos;
  • automutilar-se;
  • beber grandes quantidades de água ou de bebidas sem calorias;
  • utilizar balas, chicletes ou enxaguantes bucais para melhorar o hálito;
  • evitar amigos e atividades antes consideradas prazerosas.

Tratamento para bulimia

A abordagem multidisciplinar é utilizada para tratar a bulimia, assim como na anorexia, e envolve psiquiatras, psicólogos e nutricionistas. Além de tomar antidepressivos, a pessoa é aconselhada a fazer psicoterapia e a consultar um nutricionista.

Contudo, a medicina não se fala em cura para esse transtorno (nem para a anorexia), mas em controle. Por isso, é preciso atenção constante para identificar os gatilhos e, assim, evitar recaídas.