Tatuagens são usadas para recuperar autoestima de pacientes

Elas podem não ser a sua arte corporal favorita, mas os desenhos de tatuagens geralmente são decorativos e significativos para gostos particulares. No entanto, recentemente, a técnica tem sido usada para cobrir cicatrizes, reparar quedas de cabelo e até mesmo para ‘recuperar’ os mamilos de mulheres diagnosticadas com câncer de mama que realizaram mastectomia – remoção total ou parcial da mama.

A britânica Gillian Apps tinha 48 anos quando optou por fazer uma cirurgia preventiva contra o câncer de mama – ela realizou uma dupla mastectomia. Foram 10 horas de operação para remover ambos os seios e reconstruí-los. O resultado final foi satisfatório, mas a técnica para refazer os mamilos exigia bastante tempo e investimento.

“Foi uma cirurgia maravilhosa”, disse Gillian ao jornal britânico The Daily Mail. “Mas depois de alguns dias as cicatrizes brancas que costumavam ser os meus mamilos pareciam não pertencer mais ao meu corpo. Era devastador”, completou.

Para recuperá-los Gillian optou por fazer a chamada ‘Tatuagem médica’ – uma opção barata e rápida. Um novo par de mamilos seria tatuado em seus seios. O tatuador britânico Caron Vetter, um pioneiro da área, foi o responsável por transformar a autoestima da mulher.

Tatuador ‘refaz’ os mamilos de uma mulher que realizou masectomia

Caron realiza o procedimento em mulheres que fizeram masectomia há 20 anos. A técnica é a mesma de uma tatuagem comum – com agulhas esterilizadas o homem realiza pequeno buracos na superfície da pele e é capaz de criar mamilos em 3D.

“É na verdade uma ilusão de ótica”, explica o tatuador. “Eu uso a luz e a sombra para criar diferentes técnicas de desenhos e fazer com que o mamilo se pareça natural e com textura. É muito criativo”, completou.

Para Gillian, a tatuagem deu-lhe esperanças. “Fez muita diferença”, ela disse. “Agora eu posso olhar para o meu corpo novamente”, concluiu.

A também chamada de ‘Tatuagem Paramédica’ ou ‘Micro pigmentação’ foi originalmente desenvolvida por cirurgiões plásticos nos anos 70. A técnica não é somente limitada para reconstruir mamilos. Cicatrizes, queimaduras, vitiligo (uma doença cutânea) e quedas de cabelos também podem ser reparados com o procedimento.