Tratamento para câncer de pâncreas se mostra promissor, revela estudo
Avanços na imunoterapia oferecem esperança contra o câncer pancreático, um dos mais letais
O adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) é a forma mais comum de câncer de pâncreas e uma das mais letais. Com uma taxa de sobrevivência de apenas cinco anos, ele é a terceira principal causa de mortes por câncer no mundo. No entanto, uma nova abordagem promissora foi divulgada por pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst e da UMass Chan Medical School, oferecendo esperança contra esse tipo de tumor.

Um novo sistema de entrega de fármacos
Publicado na Science Translational Medicine, o estudo utilizou camundongos para testar os efeitos de nanopartículas projetadas para entregar fármacos diretamente ao microambiente tumoral. Essa combinação foi desenhada para ativar vias imunológicas, utilizando agentes que direcionam as terapias diretamente aos tumores.
Segundo os pesquisadores, um dos maiores desafios do PDAC é seu microambiente. O tecido ao redor do tumor forma uma barreira densa que impede a criação de vasos sanguíneos e dificulta a infiltração de células imunológicas, como as células T. Isso limita a eficácia de terapias convencionais, como quimioterapia e imunoterapia.
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O papel das vias STING e TRL4
Os pesquisadores desenvolveram uma solução para superar essas barreiras biológicas. O método se baseia na ativação de duas vias imunológicas: STING (genes estimuladores de interferon) e TRL4.
A via STING reconhece infecções virais no corpo, desencadeando uma resposta imunológica robusta. “Ao enganar o sistema imunológico para pensar que existe uma infecção viral, podemos estimular uma reação imunológica antitumoral eficaz”, explica Prabhani Atukorale, professora assistente de engenharia biomédica na UMass Amherst.
A ativação da via TRL4, por sua vez, potencializa os efeitos da via STING. No entanto, administrar essas terapias diretamente ao tumor representa um desafio. Para solucioná-lo, os cientistas encapsularam os agonistas dessas vias em nanopartículas lipídicas, permitindo que fossem entregues com precisão ao microambiente tumoral.

Resultados promissores
Esse novo sistema de entrega mostrou-se altamente eficaz nos experimentos realizados. As nanopartículas transportaram os fármacos pela circulação sanguínea e os entregaram diretamente às células-alvo, que absorveram os agentes terapêuticos de forma coordenada.
Nos testes, oito de nove camundongos apresentaram necrose e encolhimento significativo dos tumores. Em dois casos, os tumores desapareceram completamente, representando uma resposta completa ao tratamento. Apesar de ainda ser necessário realizar mais estudos, os pesquisadores consideram os resultados muito encorajadores.
Superando a resiliência do câncer pancreático
De acordo com Marcus Ruscetti, professor assistente de biologia molecular, celular e do câncer na UMass Chan Medical School, o câncer de pâncreas apresenta alta resistência às terapias convencionais. “Esse tipo de tumor não responde bem à quimioterapia ou à imunoterapia, que transformaram o tratamento de muitos outros cânceres na última década”, explica Ruscetti.
Estudos anteriores liderados por Ruscetti demonstraram que a combinação dos medicamentos trametinib (inibidor de MEK) e palbociclib (inibidor de CDK4/6) pode facilitar a formação de vasos sanguíneos no tumor, permitindo uma maior infiltração de células T. Entretanto, é necessário enganar o sistema imunológico para reconhecer o tumor como uma ameaça, o que os novos fármacos visam solucionar.

Potencial para outros tipos de câncer
Embora o foco principal do estudo seja o PDAC, os cientistas acreditam que essa abordagem pode ser aplicada a outros tipos de câncer, como câncer de cólon, pulmão, fígado e colangiocarcinoma (câncer dos ductos biliares).
“Essa é uma estratégia para atingir tanto o tumor quanto o sistema imunológico”, conclui Ruscetti. Os próximos passos incluem a ampliação dos estudos para compreender melhor a segurança e a eficácia dessa tecnologia em humanos.
Os avanços apresentados pela equipe da Universidade de Massachusetts são uma esperança renovada na luta contra o câncer pancreático, trazendo a perspectiva de tratamentos mais eficazes e menos invasivos para um dos tipos de câncer mais desafiadores da medicina moderna.
Avanço no combate ao câncer pancreático
De acordo com a Catraca Livre, um sintoma recorrente em 75% dos casos de câncer de pâncreas é a dor abdominal persistente. Novos estudos com nanopartículas, como o publicado na Science Translational Medicine, oferecem esperança ao superar barreiras biológicas e aumentar a eficácia de tratamentos, trazendo avanços promissores para a doença. Veja mais aqui!