Manteiga enriquecida pode ajudar pacientes com Alzheimer
A introdução de uma manteiga enriquecida com ácido linoleico conjugada (CLA) –um tipo de ácido graxo encontrado na gordura de lacticínios– na dieta de ratos aumentou a atividade de uma enzima ligada à memória. Os resultados dos testes foram publicados, em abril, no “Journal of Neural Transmission”, e o estudo sugere que o consumo de alimentos ricos em CLA pode ser útil para pacientes com Alzheimer.
Entre os autores da pesquisa estão Wagner Gattaz, Leda Leme Talib, Emanuel Dias Neto e Fábio Mury, do Laboratório de Neurociências, do IPq (Instituto de Psiquiatria), ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Também assinam o artigo Marcos Gama e Fernando Lopes, da Embrapa, e Nadia Rezende Raposo, da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).
Estudos da literatura científica demonstram que pacientes com Alzheimer apresentam baixa atividade de uma enzima chamada fosfolipase A2 (PLA2) no cérebro, ela está ligada às estruturas cerebrais relacionadas à memória.
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Em pacientes sem Alzheimer, as membranas celulares são fluídas e renovadas normalmente, mas em pacientes com a doença, as membranas são rígidas e dificultam a liberação de ácidos graxos, como o ácido linoleico, que influencia nos mecanismos de formação da memória. Por isso o aumento da atividade da fosfolipase A2, que atua nas camadas das membranas celulares, pode ter contribuído para melhorar a memória dos animais.
Testes
Durante quatro semanas, ratos receberam dietas com quantidade normal de ácido linoleico (grupo controle), quantidade elevada (manteiga enriquecida) e abaixo do normal. Eles foram ensinados a desempenhar determinada tarefa para analisar a situação da memória.
A análise do tecido cerebral dos animais mostrou que os alimentados com maior quantidade de ácido linoleico apresentavam maior atividade das fosfolipases, correlacionada à melhoria da memória dos animais
Apesar de os testes sugerirem que os produtos lácteos enriquecidos com ácido linoleico podem ser úteis no tratamento da doença, a pesquisadora alerta que precisam ser feitos mais estudos.
Agência USP de Notícias