Projeto ‘De|generadas’ discute o feminismo no Sesc Santana

O projeto “De|generadas” ocupa o Sesc Santana com programação especial

Entre os dias 5 e 28 de março, o Sesc Santana recebe o projeto “De|generadas”, que discute o feminismo em suas diversas vertentes, por meio de ciclos de conversas, mostra de performances, apresentações de dança, cinema e uma feira de produtos. A entrada é Catraca Livre.

A proposta engloba diversas áreas e linguagens e busca oferecer ao público um mosaico abrangente da práticas que atravessam o ativismo feminista, concebendo a revolucionária ideia de que a mulher pertence a si mesma, a seu próprio corpo e seus pensamentos.

Confira abaixo a programação:

Ciclo de Conversas

As conversas estão divididas em temáticas que discutem o modelo patriarcal que regula nossa sociedade e lança olhar sobre diversos conhecimentos e práticas que buscam novas abordagens e paradigmas. A mediação das mesas será feita pela jornalista Inês Castilho.

Caminhos e Legados – dia 5, às 20h

Um panorama do histórico de lutas pelos direitos da mulher e uma reflexão sobre o atual momento do ativismo feminista no Brasil e no mundo. Com Lola Aronovich , Clara Averbuck e Maria Lygia Quartim.

Corpo e Autonomia – dia 12, às 20h 

Relatos acerca do controle e liberdade dos corpos femininos nos campos da estética, sexualidade e comportamento, traçando experiências de empoderamento. Com Nádia Lapa, Adriana Facina, Barbara Castro e Bruna Silveira.

Desvelando identidades – Mulheres Negras – dia 19, às 20h

Conversas sobre representação da mulher negra na mídia e nas artes. O debate permeia experiências de opressão e empoderamento. Com Giselle dos Anjos Santos, Regyane Silva e Rosana Paulino.

(Des) Construções Socias – dia 26, às 20h 

Discussões acerca da cultura patriarcal, experiências educacionais e políticas públicas para novos tempos. Com Lin Arruda, Sylvia Cavasin e Michele Escoura.

Mostra de Performances

A performance art tem, em sua gênese, uma relação muito íntima com a luta pelos direitos da mulher. O privilégio da ação ao vivo e do uso do próprio corpo do artista como instrumento de trabalho e reflexão proposto pela prática perfomativa, faz da linguagem um campo fértil para as discussões de gênero e relações de poder. Visando essa permeabilidade entre o ativismo feminista e a prática artística, a mostra apresenta um pequeno recorte do trabalho de mulheres performers brasileiras que abordam questões de gênero, sexualidade e opressão pública e privada.

#EusouMeme ou It’s my fault – dia 7, às 20h

Por Jaqueline Vasconcellos. Duração: 60min.

Performance que discute o corpo como meme, aquele visto nas redes-sociais e que sempre está em campanha à favor de si. Trata do corpo que se sente culpado pela violência que sofre. Um corpo que é a própria culpa social. Um corpo que #NãoMerece… A performance contará com a participação do público e à partir dele discute violências diárias ao corpo feminino.

Peel it off – dia 8 e 28, às 17h 

Por Coletivo Elástica. Duração: 30min.

Pesquisa performática sobre as fronteiras do corpo, as diferentes noção de interior e exterior e a idéia de camuflagem, a partir da exploração de uma membrana adesiva criada pelo Coletivo. A ação da performance inclui adesivar um performer nas superfícies do ambiente, instigando as relações entre corpo, artes visuais e arquitetura.

Mulher sobre torno – dia 12, às 19h

Por Ana Reis. Duração: 30min.

Uma mulher sobre um torno de cerâmica move-se constantemente envolta de si mesma, manipula objetos e cores, provoca alterações em seu rosto, amplifica e distorce sua respiração e voz. Explora identidades possíveis de serem “acopladas” ao seu corpo numa recriação dos modos pelos quais ele se mostra ao outro. Compondo com códigos estéticos do feminino, instaura-se um ritual/um show/um teste, que pode ser também um convite ao delírio.

Trajeto com beterrabas – dia 14, às 20h

Por Ana Reis. Duração: 60min.

A performance apresenta um processo de transformação que cria um ambiente de acumulações e tingimento. A repetição dos gestos até a exaustão imprimem desenhos no corpo e no espaço buscando ativar as potencialidades de deslocamento e reinvenção da ação cotidiana e do corpo feminino no território urbano.

Qual é o pente? – dia 19, às 19h

Por Juliana Santos. Duração: 60min.

Um pente de ferro na boca do fogão e um pouco de vaselina era a receita para “ajeitar” os cabelos de muitas mulheres negras até algumas poucas décadas atrás, quando o cheiro de cabelo queimado vinha da cozinha. Era neste cômodo, tão íntimo e acolhedor, que as mulheres cuidavam das madeixas de suas filhas e netas. Esta ação consiste em trazer à tona a situação limite de “controlar”, “domar” e “melhorar” as características do cabelo crespo através do fogo, remetendo a toda uma história de restrição da representação do corpo negro em lugares estigmatizados e estereotipados da sociedade.

Renda – dia 21, às 20h 

Por Ju Bernardo. Duração: 50min.

A ação trata da valorização e fortalecimento do sagrado feminino por meio de reaproximações poéticas de gestos capazes de afetar o corpo. A partir de um fragmento de memória comum à artista e sua mãe, ambas dão início a um processo de resgate da herança familiar. A ação constante e repetitiva gera um estado de permanência que sugere a aceitação resignada de um destino ao qual estão fadadas: restarem presas à trama que elas mesmas construíram.

7 Cabeças – dia 26, às 19h

Por Carla Borba. Duração: 60min.

Sete mulheres se reúnem em torno de uma mesa de bar e, ao ritmo do jogo “Escravos de Jó”, carimbam folhas de papel, fazem leituras dramáticas de notícias de violência doméstica e bebem cachaça, externalizando suas angústias. Arte, jogo, ritmo, violência. O que tonteia?

Muralismo

Com Negahamberguer

Nos dias 7 e 8 de março, o processo de pintura poderá ser acompanhado pelo público.
Evelyn Queiróz, a Negahamburguer, realiza um trabalho de empoderamento e reforço de auto estima ao expor as opressões sofridas pelas mulheres que não se encaixam nos padrões estéticos vigentes. Através de ilustrações, grafitti, lambe-lambe e frases de apoio, a artista percorre a grande diversidade de corpos femininos possíveis, ajudando as mulheres a se reconhecerem, aceitarem, e se apropriarem de seus corpos como são.

Feira De|generada

Dias 7 e 8, das 14h às 19h

Mostra de produtos e serviços que discutem questões de identidade, sexualidade e gênero: roupas, canecas, almofadas, ecobags, revistas, zines, livros, cartazes, histórias em quadrinhos e até cortes de cabelo se transformam em meios de comunicação e ferramentas políticas.

Cinema Mostra De|Generadas

A mostra propõe uma curadoria de filmes com mulheres em situações de protagonismo e empoderamento.

“Libertem Angela Davis” -dia 11, às 19h

Free Angela&All Political Prisoners. Dir: Shola Lynch. EUA, 97 min.

Este documentário retrata a vida de Angela Davis, professora de filosofia nascida no Alabama (EUA), e conhecida por seu profundo engajamento em defesa dos direitos humanos. Quando Angela defende três prisioneiros negros nos anos 1970, ela é acusada de organizar uma tentativa de fuga e sequestro, que levou à morte de um juiz e quatro detentos. Nesta época, ela se tornou a mulher mais procurada dos Estados Unidos. Ainda hoje, Angela é um símbolo da luta pelo direito das mulheres, dos negros e dos oprimidos.

“A Fonte das Mulheres” – dia 18, às 19h 

Le source des femmes. Dir: Radu Mihaileanu. França, 130 min.

Em um pequeno vilarejo, situado entre o Norte da África e o Oriente Médio, as tradições islâmicas são seguidas à risca. Várias regras ditam a conduta das mulheres, mas existe uma que faz com que elas sejam as responsáveis por buscar água em um local distante e de difícil acesso, restando para os homens a tarefa de matar o tempo bebendo e falando da vida. Certo dia, Leila (Leila Bekthi), uma das mais jovens e alfabetizadas do grupo, resolve que a melhor maneira de mudar esse cenário, fazendo com que os homens assumam esta tarefa, é cortar o que eles mais gostam: o sexo.

“Jogo de Cena” – dia 25, às 19h 

Jogo de Cena. Dir: Eduardo Coutinho. Brasil, 105 min.

Atendendo a um anúncio de jornal, 83 mulheres contaram sua história de vida em um estúdio. 23 delas foram selecionadas em junho de 2006, e, em setembro, várias atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas por estas mulheres. Filmado no Teatro Glauce Rocha, o filme apresenta um jogo a ser jogado com três camadas de representação: primeiro, personagens reais falam de sua própria vida; segundo, estas personagens se tornam modelos a desafiar atrizes; e, por fim, algumas atrizes jogam o jogo de falar de sua vida real.

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