Para além do Sítio do Picapau Amarelo: programação em SP resgata o Saci, ser mitológico brasileiro
O personagem é tema de oficinas de desenho, gincana e exposição no Parque da Água Branca
Todo mundo sabe que o Saci tem uma perna só. E que ele usa um gorro na cabeça e fuma cachimbo. Também são muito sagazes e difíceis de se aprisionar. Mas há muito mais para se descobrir sobre esse personagem da cultura tradicional brasileira. Por exemplo: suas mãos são furadas para brincar com brasas e seu gorro não é apenas um acessório de cabeça, mas algo que os escravos libertos costumavam usar, entre outras curiosidades.
“É comum as pessoas se dedicarem a estudar a mitologia grega ou oriental, mas infelizmente os mitos brasileiros, ligados à culturaíndigena e a africana são pouco conhecidos”, afirma Júlia Meirelles, coordenadora cultural do Espaço de Leitura do Parque Água Branca, em São Paulo. “Em relação ao Saci, há tantas questões possíveis de ser levantadas. a da escravidão, um tema sempre necessário a ser discutido com crianças, jovens e adultos, até a preservação das matas e florestas, que são seu habitat, embora ele também circule bem pelas casas e cozinhas”, explica a coordenadora.
Para aproximar o Saci das crianças e dos adultos, o local sedia a programação “O Saci Tá Aqui”, neste fim de semana, com narração de histórias, oficinas de desenho e brincadeiras, dedicadas a esse carismático personagem. “Ele é brincalhão, gosta de pregar peças. A identificação com as crianças é imediata”, acredita Júlia.
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As atividades complementam a exposição “O Colecionador de Sacys”, em cartaz até o dia 1º de novembro. Sacy escrito desse jeito? A justificativa dos organizadores da mostra é que o nome, no originalmente em tupi-guarani, era grafado com “y” e alguns “saciólogos” preferem mantê-la assim.
O acervo exposto é composto por centenas de peças de sacis engarrafados encontrados no porão de uma casa, dentro dos limites do próprio Parque da Água Branca. A coleção foi catalogada pelo professor Martins de Sá Sylva, estudioso do assunto e contemporâneo de Monteiro Lobato, o escritor cuja obra ajudou a tornar o saci mais conhecido do grande púbico. Aliás, a exibição — com registros até do século XVII — revela a diversidade de sacis presentes na cultura brasileira, tanto escrita quanto oral. Há muitos outros tipos, além do Pererê, que ficou famoso graças ao Sítio do Picapau Amarelo.
Esta iniciativa está no Mapa do Mundial da Educação. Conhece outro projeto que usa a cidade como lugar de aprendizado? Isira-o no mapa.
Confira a programação completa:
Sábado, dia 4 de outubro
Oficina de desenho “Vamos Desenhar Sacis”
12h30
Com o auxílio do ilustrador José Luiz Ohi, crianças terão a oportunidade de colorir e desenhar sacis. Nesta proposta, a criatividade é o que importa, garantindo espaço para a expressão de cada participante.
Narração de histórias “Seres Fantásticos da Mitologia Brasileira”
Às 15h
Nesta atividade, a Cia. Palavras Andantes será responsável pela contação de histórias sobre personagens da mitologia nacional.
Domingo, 5 de outubro
Gincana educativa “Onde Está o Saci?”
Das 12h30 às 14h
Como ocorre aos domingos, o Espaço de Leitura propõe uma atividade percorrendo o Parque da Água Branca em busca dos sacis. As crianças e seus acompanhantes são convidados a caminhar por onde eles foram vistos, onde deixaram vestígios e onde suas histórias acontecem. Uma oportunidade única e desafiadora.
Narração de histórias “Causos de Sacis”
Às 15h
Na atividade, o Grupo Caravana de Sonhos conta histórias e anedotas sobre sacis que aprontam malandragens Brasil afora.
EXPOSIÇÃO: O COLECIONADOR DE SACYS
Até 1o de novembro
A exposição revela centenas de sacis engarrafados pertencentes ao professor Sá Sylva, estudioso dos comportamentos, incidências, hábitos alimentares e culturais dos sacis. O acervo reúne centenas de espécies de sacis registradas desdo o século XVII.
EXPOSIÇÃO PAINÉIS: SACY EM FOCO
Até 2 de novembro
Na tentativa de esclarecer e responder aos questionamentos sobre a presença de diversos sacis no Parque da Água Branca, foi selecionada uma série de reportagens de importantes veículos da imprensa nacional. Essas matérias estão expostas em 12 painéis.
Toas as atividades são gratuitas e são realizadas no Espaço de Leitura do Parque da Água Branca
Endereço: Rua Ministro Godói, 180
Telefone: (11) 2588-5777