Desmatamento de mananciais também é causa de seca histórica de SP
Quase 80% da vegetação natural dos córregos e mananciais da bacia hidrográfica do Sistema Cantareira foi desmatada – e o resultado pode ser conferido agora
Não foi só a ausência de chuvas que fez com que o Sistema Cantareira, símbolo da crise hídrica de SP, chegasse ao recorde negativo de 3,9% de sua capacidade. Foi também o desmatamento e a ocupação irregular das áreas de mananciais.
Um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e divulgado pela ÉPOCA mostra que as florestas da região da Cantareira estão muito mais desmatadas do que se imaginava. E isso causa impacto no abastecimento de água.
Reflorestar é a solução
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Segundo o levantamento, restam apenas 488 km2 (21,5%) de vegetação nativa na bacia hidrográfica e nos 2.270 km2 do conjunto de seis represas que formam o Sistema Cantareira. O estudo explica que as florestas naturais protegem as nascentes e todo fluxo hídrico. Com esses índices baixos de vegetação, a floresta não consegue desempenhar o seu papel, de extrair umidade do ar e levá-la aos mananciais.
Os efeitos do desmatamento não acontecem imediatamente após a retirada da vegetação. Mas, quando chegam, podem levar ao colapso – além da umidade, por exemplo, a vegetação evita o assoreamento dos rios, os deslizes de terra e a perda de nutrientes do solo.
Os dados mostram que não há mais grandes desmatamentos ilegais ocorrendo na região. Assim, a meta é recompor a mata em áreas importantes para o abastecimento de água, como nascentes e córregos.
Volume vivo
Além do desmatamento, um projeto audiovisual pretende mapear as causas e soluções para a crise da água em São Paulo. Chamada de “Volume Vivo”, a iniciativa vai desenvolver uma série de mini documentários (de cinco a dez minutos) com o objetivo de levar à sociedade um maior entendimento sobre a gestão da água na região, “encarando a crise como um momento para repensamos o modo como lidamos com a água na macrometrópole paulistana”.
A série de reportagens será disponibilizada gratuitamente na internet, acompanhando o desenrolar da crise. Assista ao vídeo abaixo e saiba como ajudar o projeto a acontecer na campanha de financiamento coletivo lançada no Sibite.