Assédio a mulheres não é ‘grande problema’, diz Comitê da Copa

A declaração foi feita por Alexey Sorokin, presidente do Comitê Organizador Local (COL) do evento na Rússia

29/06/2018 11:29 / Atualizado em 05/05/2020 10:56

Alexey Sorokin, presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da Rússia
Alexey Sorokin, presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da Rússia - Divulgação / Fifa

Os casos de assédio sexual de homens brasileiros contra mulheres russas não representam um “grande problema”, segundo Alexey Sorokin, presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da Rússia.

“Os incidentes não são conhecidos por mim. Só vi as estatísticas. O que eu vejo aqui não representa um grande problema. Claro que nós pedimos a todos os fãs que mostrem respeito, não importa se a homens, mulheres, crianças. É um padrão que precisa ser exercido por todos. Essa é a mensagem: se há casos, se há crimes envolvidos, as autoridades vão agir. Essa é a mensagem que queremos passar. Se a lei for quebrada, não importa se estamos na Copa do Mundo”, disse Sorokin durante entrevista coletiva em Moscou.

O presidente do COL ainda minimizou os dois casos de violência entre torcedores na Rússia: o primeiro em Nijni Novgorod, quando argentinos espancaram um croata, e em Moscou, quando brasileiros e sérvios saíram no tapa. “Não houve problemas. Houve incidentes nos jogos, incidentes pequenos entre fãs. Várias pessoas foram detidas, e a decisão de proibir o acesso dessas pessoas aos estádios é das autoridades, não do COL”, afirmou.

O Comitê da Copa tinha informado que ações foram tomadas sobre as situações de assédio, até mesmo com possibilidade de cancelamento da Fan IDs (credenciamento de torcedores), mas mas não há números de punidos.

No primeiro vídeo de assédio, brasileiros gritam “buceta rosa” para russa
No primeiro vídeo de assédio, brasileiros gritam “buceta rosa” para russa - Reprodução / Facebook

O evento na Rússia tem sido marcado desde o início pela repercussão de vídeos em que brasileiros constrangem estrangeiras com palavras obscenas. Os casos geraram revolta nas redes sociais.

A ativista russa Alena Popova criou uma petição online para punir os brasileiros que aparecem em um vídeo assediando uma mulher em seu país durante a Copa do Mundo. O abaixo-assinado é endereçado ao Ministério do Interior e à Embaixada do Brasil na Rússia.

“Acreditamos que os cidadãos estrangeiros presentes no vídeo devem se desculpar publicamente tanto para a mulher quanto a todos os cidadãos russos por machismo, desrespeito às leis da Federação Russa, desrespeito aos cidadãos russos, insultos e humilhação da honra e dignidade de um grupo”, escreveu Popova no Change.org.