Acordo histórico entre Brasil e China pode revolucionar a história dos países
Corredor ferroviário Brasil-China pode transformar o comércio atlântico-pacífico
A assinatura de um memorando de entendimento entre o Brasil e a China, no início na última segunda-feira (7), marca o começo de estudos para um corredor ferroviário Brasil-China.
Este projeto visa conectar Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, ao porto de Chancay, no Peru. O novo corredor pretende integrar as ferrovias já existentes no Brasil e criar novas rotas internacionais, oferecendo um elo vital entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
A Infra S.A, vinculada ao Ministério dos Transportes, em parceria com o China Railway Economic and Planning Research Institute, está à frente desses estudos. O foco está na integração das ferrovias brasileiras, como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), até alcançar a fronteira peruana.
Rota de integração estratégica
O projeto parte de Lucas do Rio Verde, conectando-se pela Fico até Mara Rosa, em Goiás, e posteriormente à Fiol, até o porto de Ilhéus, na Bahia. Este eixo ferroviário essencial visa facilitar o escoamento de grãos e minérios, reduzindo tempo e custos de exportação. A ferrovia seguirá então pelas fronteiras brasileiras, atravessará a Cordilheira dos Andes e, enfim, chegará a Chancay.
O porto de Chancay, sob gestão da estatal chinesa Cosco Shipping Ports, é um ponto estratégico para fortalecer a interação comercial com o mercado asiático. Recentemente inaugurado, o porto possui capacidade para movimentar um grande volume de cargas, sendo decisivo para a nova rota comercial.
Estudos detalhados e planejamento
Os estudos necessários para viabilizar o corredor ferroviário englobam análises técnicas, econômicas e ambientais. Fazem parte do esforço para incluir este projeto nas Rotas de Integração Sul-Americana, conforme anunciado pelo Ministério do Planejamento em 2023.
Trata-se de um pilar fundamental do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), visando priorizar investimentos em infraestrutura nas regiões fronteiriças do Brasil.
Este corredor bioceânico surge da colaboração estratégica entre Brasil e China, alinhando-se a interesses bilaterais e práticas de sustentabilidade. A expectativa é que até abril de 2026 as propostas de concessão estejam prontas para leilão, avançando o projeto de forma concreta.
Avanços no comércio internacional
Embora ainda em fase inicial, o corredor ferroviário Brasil-China promete redesenhar a inserção do Brasil no mercado global. O objetivo final é criar um sistema de transporte eficiente e rentável, reposicionando o país nas cadeias logísticas internacionais.
Até 2026, espera-se que todo o planejamento esteja concluído e que a infraestrutura se materialize nos anos seguintes, facilitando um comércio dinâmico e lucrativo com a Ásia.