Álcool pode acelerar o envelhecimento do seu cérebro

Consumo de álcool acelera envelhecimento cerebral em jovens saudáveis

14/08/2025 17:46

O consumo de álcool, mesmo em níveis leves ou moderados, pode acelerar o envelhecimento cerebral em jovens saudáveis, segundo um estudo publicado na revista Alcohol: Clinical & Experimental Research.

A pesquisa, realizada entre 2024 e 2025 por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, utilizou inteligência artificial para examinar a relação entre bebidas alcoólicas e o envelhecimento cerebral de pessoas entre 22 e 40 anos. A pesquisa aponta preocupações com os efeitos a longo prazo desse hábito.

Metodologia e resultados

Os pesquisadores analisaram 58 voluntários, empregando ressonâncias magnéticas e uma ferramenta de aprendizado de máquina para determinar a “idade cerebral” estimada de cada participante.

Além disso, testes cognitivos avaliaram a flexibilidade comportamental dos indivíduos, que relataram seus próprios consumos de álcool por meio do teste AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test).

Os resultados mostraram que, à medida que o consumo de álcool aumenta, o cérebro dos jovens aparenta ser mais velho do que sua idade real.

Consumo na adolescência e as consequências

O consumo de álcool durante a adolescência também merece atenção especial. Estudos anteriores indicam que essa prática pode resultar em um declínio irreversível da massa cinzenta, essencial para a memória e tomada de decisões.

Embora a cessação do consumo possa recuperar parcialmente certas funções, danos contínuos podem ser permanentes, destacando a necessidade de intervenções precoces.

Efeitos a longo prazo

Os impactos do consumo excessivo de álcool não se restringem a alterações imediatas no cérebro. Mesmo após a interrupção do consumo, essas alterações podem persistir, potencialmente resultando em demência precoce.

Os pesquisadores observaram que o consumo contínuo altera a capacidade de comunicação dos neurônios, impactando negativamente as funções mentais diárias e aumentando os riscos de distúrbios cognitivos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que não existe um nível seguro para o consumo de álcool. Mesmo pequenas quantidades podem acarretar danos à saúde.

Especialistas aconselham que jovens, cujo desenvolvimento cerebral está em um estágio essencial, evitem completamente ou minimizem o consumo de álcool para preservar sua saúde cognitiva.