Brasil dá passos para desenvolver sistema próprio de GPS

A aposta do Brasil em um sistema próprio de geolocalização promete transformar a forma como o país lida com tecnologia e segurança

14/08/2025 17:43

Um grupo de especialistas foi convocado pelo governo federal para avaliar a viabilidade de implementar um Sistema Nacional de Geolocalização. Essa ação visa reduzir a dependência de sistemas estrangeiros, como o GPS dos Estados Unidos.

O projeto foi formalizado na Resolução nº 33 do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, e o grupo de trabalho tem 180 dias, a partir de 14 de julho, para apresentar suas conclusões.

A iniciativa busca atender à necessidade de autonomia em atividades vitais como aviação, transporte e agricultura. Atualmente, o Brasil depende de sistemas de geolocalização controlados por potências estrangeiras, situação que representa um risco em tempos de instabilidade geopolítica.

Estratégia de soberania tecnológica

O Brasil enfrenta o desafio de desenvolver um sistema nacional de navegação por satélite, o que exige não apenas capacidade técnica, mas também um incremento significativo nos investimentos do programa espacial.

Para operar uma constelação de satélites, o país precisa projetar, fabricar e lançar esses equipamentos, além de desenvolver a infraestrutura terrestre necessária para gerenciar os sinais.

Investir em um sistema próprio não se limita à questão da segurança. A introdução e o fortalecimento de tecnologias avançadas podem beneficiar setores como defesa, telecomunicações e agricultura de precisão, destacando-se como uma solução estratégica de longo prazo.

Desafios e investimentos necessários

A implementação de um sistema nacional demanda recursos altos e inovação tecnológica nas áreas de fabricação de satélites e infraestrutura de recepção de sinais.

Especialistas indicam que, apesar das dificuldades, o Brasil possui profissionais qualificados, mas falta investimento financeiro e continuidade política para um projeto dessa magnitude. Considerando a dependência atual de satélites estrangeiros, avançar nessa área é essencial para alcançar a soberania tecnológica.

Enquanto a implantação do sistema avança, recomenda-se o uso de receptores multiconstelação. Esses dispositivos captam sinais de diversos sistemas globais, garantindo que, em caso de bloqueios geopolíticos, serviços essenciais não sejam interrompidos.

Próximos passos

O grupo técnico reunido para essa tarefa tem até janeiro de 2026 para apresentar suas conclusões e propostas ao Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro.

Entre as responsabilidades está ajustar o diagnóstico completo dos recursos e capacidades necessários para que o Brasil atinja autonomia tecnológica.

A expectativa é que este movimento demonstre não apenas uma solução estratégica para o Brasil, mas também um impulso para a indústria e a tecnologia nacionais.