Airão Velho, localizada às margens do rio Negro, a 250 quilômetros de Manaus, é uma cidade fantasma que guarda um rico passado. Fundada em 1694, foi um importante centro comercial durante o ciclo da borracha, desempenhando um papel estratégico na economia da região. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, perdeu a relevância econômica e entrou em declínio.

Entre 1880 e 1914, Airão Velho concentrou grande parte da produção de borracha do Alto Rio Negro, tornando-se vital para o comércio local. Com a retomada da produção na Malásia, a cidade entrou em colapso econômico. Em 1985, a cidade foi oficialmente abandonada quando o último morador saiu, transformando-a em uma cidade fantasma.

Lendas de Airão Velho

A saída dos moradores deu origem à lenda das formigas de fogo. Relatos dizem que boatos sobre ataques de formigas gigantes foram usados para justificar o êxodo da população e a criação de Novo Airão, em 1950. Essa história continua a intrigar visitantes, que procuram explorar suas ruínas.

Desde 2001, Shigeru Nakayama tem sido um zelador dedicado de Airão Velho. Morando na cidade, ele preserva as ruínas e participa ativamente de sua conservação. Conhecido como o guardião do local, Nakayama compartilha a história com visitantes e contribui para a manutenção das estruturas.

Preservação

Agora parte do Parque Estadual Rio Negro Setor Norte, Airão Velho desperta interesse crescente entre turistas que buscam experiências únicas na Amazônia. A preservação contínua do local oferece uma chance de renovação e uma nova fase no turismo histórico e ecológico da região.

O patrimônio de Airão Velho, suportado por seu valor histórico, representa tanto um elo com o passado quanto um potencial para o desenvolvimento turístico na Amazônia.