Clientes dessa região devem ficar atentos a aumento na conta de luz
Reajustes de até 19,15% atingem consumidores da Energisa Sul Sudeste e Tocantins a partir de julho, segundo a ANEEL
A conta de luz vai pesar mais no bolso de mais de 1,1 milhão de consumidores a partir de julho. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou aumentos expressivos nas tarifas das distribuidoras Energisa Sul Sudeste e Energisa Tocantins, com percentuais bem acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses, que foi de 5,32%, segundo o IBGE.
Os novos valores entram em vigor entre os dias 4 e 12 de julho e afetam residências, comércios, indústrias e instituições públicas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Tocantins.
Energisa Sul Sudeste: aumento médio de 19,05% a partir de 12 de julho
A Energisa Sul Sudeste atende cerca de 687 mil consumidores em 83 municípios dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A partir do dia 12 de julho, a tarifa de energia terá um reajuste médio de 19,05%. Os valores variam conforme a categoria:
- Baixa tensão (residencial e pequenos comércios): 19,15%;
- Alta tensão (indústrias e grandes consumidores): 18,8%;
- Cidades afetadas;
Entre os principais municípios que sentirão o impacto estão:
- São Paulo: Presidente Epitácio, Rosana, Teodoro Sampaio;
- Minas Gerais: Iturama, Frutal, Campina Verde;
- Paraná: Santo Antônio do Caiuá, Paranavaí;
Energisa Tocantins: reajuste médio de 12,68% já em 4 de julho
A partir do dia 4 de julho, 478 mil unidades consumidoras atendidas pela Energisa Tocantins terão aumento médio de 12,68% nas tarifas:
- Alta tensão: 13,25%;
- Baixa tensão: 12,55%;
A empresa atende os 139 municípios do estado, e o reajuste atinge todos os setores: residencial, comercial, industrial e público. Escolas, hospitais e repartições governamentais também sentirão o impacto nos custos.
Aumento supera a inflação e gera críticas
Com os reajustes variando de 12,5% a 19,15%, o aumento supera em muito a inflação oficial medida pelo IPCA entre junho de 2024 e junho de 2025, que foi de 5,32%. O descompasso gerou críticas de consumidores, entidades civis e autoridades locais.
IDEC se manifesta
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) classificou o reajuste como abusivo e estuda ação judicial para questionar os critérios da ANEEL. A entidade também pede mais transparência no processo de revisão tarifária.
Reações políticas
Prefeitos e deputados estaduais de municípios afetados também se pronunciaram contra os aumentos. Já existem pedidos formais de audiência pública para discutir os reajustes e a atuação da agência reguladora
Por que o aumento foi autorizado?
Segundo a ANEEL, o reajuste segue as regras contratuais da revisão tarifária periódica e é necessário para garantir:
- Custos com compra e transporte de energia;
- Encargos setoriais;
- Investimentos em manutenção e expansão;
- Compensação por perdas técnicas e não técnicas;
No caso da Energisa Tocantins, a agência também definiu novos parâmetros de perdas regulatórias para o período de 2025 a 2029:
- Perdas técnicas: 1,16% ao ano;
- Perdas não técnicas (como furtos): 4,27% ao ano;
- Esses índices servem de base para os próximos cálculos tarifários;
Impacto no orçamento das famílias e dos pequenos negócios
Em meio a um cenário de endividamento elevado e renda comprometida, o novo reajuste terá efeito direto sobre o orçamento doméstico de milhares de famílias.
Comerciantes e empreendedores também se preocupam com o impacto nos custos operacionais, que podem levar ao reajuste de preços em produtos e serviços, gerando um efeito inflacionário indireto nas economias locais.
O que os consumidores podem fazer?
Com a energia mais cara, especialistas recomendam medidas para reduzir o consumo e aumentar a eficiência energética:
- Trocar lâmpadas fluorescentes por LEDs;
- Evitar o uso prolongado do chuveiro elétrico;
- Desligar aparelhos da tomada;
- Manter a geladeira fechada sempre que possível;
- Investir em energia solar residencial, caso viável;
Além disso, famílias de baixa renda podem verificar se têm direito à Tarifa Social de Energia Elétrica, que oferece descontos de até 65% na conta de luz.
Expectativa de novos aumentos no segundo semestre
A Energisa Sul Sudeste e a Energisa Tocantins são apenas duas das distribuidoras com revisões programadas para 2025. Outras concessionárias também devem passar por ajustes tarifários nos próximos meses, o que pode representar uma nova onda de aumentos em diferentes regiões do Brasil.
Enquanto isso, o debate sobre o modelo de regulação do setor elétrico ganha força. Consumidores e entidades cobram um sistema mais transparente, justo e alinhado à realidade econômica da população.
O aumento expressivo na conta de luz autorizado pela ANEEL para consumidores da Energisa Sul Sudeste e Tocantins reacende discussões sobre os limites do modelo tarifário brasileiro. Em meio a uma inflação controlada, o reajuste que chega a três vezes o índice oficial representa um desafio adicional para o orçamento familiar e para a economia local. Sem perspectivas de alívio no curto prazo, milhões de brasileiros terão que buscar alternativas para lidar com o impacto financeiro.