Ele navegou sozinho no oceano por quase 3 meses para encontrar a pessoa amada
Para ele, estar presente no aniversário do pai durante a pandemia, era algo inegociável, e por isso ele atravessou o oceano
Durante a pandemia que paralisou o mundo em 2020, um homem tomou uma decisão radical para reencontrar a pessoa que mais amava e se lançou ao oceano por cerca de três meses.
Sem voos, com fronteiras fechadas e o medo do vírus se espalhando por todos os continentes, o argentino Juan Manuel Ballestero recusou-se a aceitar a ideia de passar longe do pai idoso, prestes a completar 90 anos.
Em vez de se resignar ao isolamento, ele decidiu atravessar o Atlântico sozinho, a bordo de um pequeno veleiro.
Ele navegou sozinho no oceano por quase 3 meses para encontrar a pessoa amada
A jornada teve início em março daquele ano, quando as medidas de lockdown se tornaram mais rígidas. Juan, que estava em Portugal no início da crise sanitária, percebeu que voltar para a Argentina por vias convencionais seria impossível.
Diante do cancelamento dos voos e das restrições de deslocamento impostas por diversos países, ele optou por uma rota alternativa e extremamente desafiadora: o mar aberto.
Com suprimentos limitados, entre eles arroz, frutas e atum enlatado, ele partiu de volta para a América do Sul em uma viagem solitária que duraria 85 dias.
Embora a ideia parecesse arriscada, Juan não hesitou. Para ele, estar presente no aniversário do pai, em um momento em que o mundo inteiro parecia suspenso no tempo, era algo inegociável.
Filho enfrentou dificuldades no oceano em meio a pandemia para rever o pai idoso
Ao longo da travessia, enfrentou dificuldades típicas de uma longa jornada marítima em solitário. Tentou reabastecer em Cabo Verde, mas teve a entrada negada pelas autoridades locais.
Também foi surpreendido por uma forte maré que o obrigou a parar na costa do Brasil, em Vitória, onde precisou aguardar por dias melhores antes de retomar o percurso. Em nenhum momento, no entanto, pensou em desistir.
Quase três meses depois de sair de Portugal, Juan avistou finalmente a costa argentina. A chegada foi marcada por emoção e alívio. Ainda no porto, passou por um teste de Covid-19, e após receber o resultado negativo, correu para os braços da família.
O reencontro com o pai, em meio a um cenário global de incertezas e medo, foi, segundo ele, uma vitória pessoal e uma forma de reafirmar o valor dos vínculos familiares.
A travessia de Juan Ballestero, além de um feito náutico, foi uma prova de que o amor pode, literalmente, mover oceanos.