Esquecer nomes é normal? O que a psicologia explica sobre isso

Esquece rápido o nome de alguém? Parece desatenção, mas a ciência mostra que esse hábito comum revela muito sobre como nossa memória realmente funciona

14/08/2025 17:29

Você já passou pela situação desconfortável de esquecer o nome de alguém poucos minutos após conhecê-la? Esse tipo de esquecimento, apesar de comum, costuma causar constrangimento especialmente quando é preciso perguntar novamente como a pessoa se chama.

O que parece falta de atenção ou desinteresse, na verdade, pode ser explicado pela psicologia cognitiva. O cérebro humano, ao que tudo indica, não é tão bom em memorizar nomes quanto é em registrar histórias, imagens ou significados.

Por que é mais fácil lembrar da profissão do que do nome?

Esse fenômeno foi demonstrado em um famoso experimento conhecido como o paradoxo de Baker/Baker. Nele, os pesquisadores mostraram a mesma imagem de um homem para dois grupos diferentes.

Ao primeiro grupo, foi dito apenas que o nome dele era “Baker”. Ao segundo, foi dito que ele era “padeiro” (baker, em inglês). Os participantes que ouviram a profissão tiveram muito mais facilidade em lembrar da informação posteriormente. Isso ocorre porque o cérebro tende a reter dados com os quais pode criar conexões.

Ou seja, a palavra “padeiro” ativa imagens mentais: o cheiro do pão fresco, a padaria do bairro, um parente que exerce a profissão. Já o nome “Baker” é arbitrário, desprovido de contexto — e por isso, facilmente esquecido. Essa diferença ilustra como nossa memória funciona com mais eficiência quando há associação de significados.

Além disso, o esquecimento de nomes pode ser agravado por fatores como estresse, privação de sono e sobrecarga mental. Esses elementos comprometem as funções executivas do cérebro, incluindo a atenção e a consolidação de novas memórias.

Ou seja, não se lembrar do nome de alguém não é, necessariamente, um sinal de descuido. Pode ser um reflexo natural da forma como o cérebro prioriza e organiza informações e um lembrete de que somos melhores em contar histórias do que em decorar etiquetas.