Esta criatura parece um dragão em miniatura e está ameaçada de extinção

Com o corpo coberto por escamas resistentes que lembram uma armadura de dragão, o pangolim é um dos animais mais enigmáticos da fauna global – e também o mais traficado do mundo.

Pouco conhecido, esse mamífero inofensivo carrega uma história evolutiva de mais de 60 milhões de anos, sobrevivendo ao longo dos milênios praticamente sem alterações.

Grave risco de extinção dos pangolins é culpa do ser humano

Existem nove espécies conhecidas de pangolim: quatro na África e cinco na Ásia, incluindo uma recém-identificada apenas por análise genética. Algumas vivem no solo, como o pangolim-gigante africano, que pode ultrapassar um metro de comprimento. Outras, como o pangolim-malaio, são arborícolas e usam suas caudas preênseis para se locomover entre as árvores.

Suas escamas, feitas de queratina (a mesma substância das unhas humanas), são um verdadeiro escudo natural. Ao se sentirem ameaçados, eles se enrolam sobre si mesmos, formando uma “bola” impenetrável — comportamento que inspirou o nome, derivado do termo malaio pengguling, que significa “aquele que rola”.

Apesar da engenhosidade defensiva, o pangolim não consegue se proteger do seu maior predador: o ser humano. Ele é caçado ilegalmente por sua carne e, principalmente, por suas escamas, usadas na medicina tradicional asiática, apesar de não haver comprovação científica de eficácia.

Mesmo com a proibição internacional do comércio em 2016, a caça continua intensa, e estima-se que milhões de pangolins sejam retirados da natureza anualmente. As espécies asiáticas já estão classificadas como em perigo crítico de extinção; as africanas, como vulneráveis.

A Netflix tenta lançar luz sobre essa realidade com o documentário Pangolim: A Viagem de Kulu, que busca ampliar o conhecimento sobre o animal e alertar sobre sua conservação. Em meio à crise do tráfico de animais silvestres, o pangolim virou símbolo de uma batalha urgente entre cultura, crime ambiental e preservação.