Estudo revela fator preocupante relacionado ao autismo

Estudo da universidade de Fukui acredita que o autismo pode ter ligação com o sangue presente no cordão umbilical

14/08/2025 17:45

Cientistas podem ter descoberto a causa do autismo ao revelar uma ligação entre o risco da condição e ácidos graxos no sangue do cordão umbilical.

O estudo de pesquisadores da Universidade de Fukui investigou a ligação entre ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) em amostras de sangue do cordão umbilical e pontuações de autismo em 200 crianças.

Estudo aponta substância no cordão umbilical como possível indicador de autismo em crianças

Pesquisadores identificaram um composto específico presente no sangue do cordão umbilical que pode ter fortes implicações na gravidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo o estudo, publicado na revista Psychiatry and Clinical Neurosciences, trata-se do diHETrE, um derivado de ácido graxo que, dependendo da sua concentração, pode estar associado a diferentes manifestações do transtorno.

De acordo com os autores, níveis elevados de diHETrE foram correlacionados a dificuldades em interações sociais, enquanto níveis mais baixos se mostraram ligados a comportamentos repetitivos e restritivos em crianças. A associação foi especialmente mais evidente em meninas, o que abre espaço para discussões sobre as diferenças de expressão do TEA entre os gêneros.

As amostras analisadas foram coletadas e preservadas imediatamente após o nascimento, e o acompanhamento das crianças se estendeu até os 6 anos de idade, quando os sintomas do transtorno foram avaliados com base em relatos das mães e observações clínicas.

Os pesquisadores sugerem que a medição dos níveis de diHETrE ainda no nascimento pode vir a ser uma ferramenta valiosa na prevenção ou diagnóstico precoce do autismo. Eles também indicam que inibir o metabolismo dessa substância durante a gestação pode, futuramente, representar uma alternativa para prevenir o desenvolvimento de traços do espectro autista.

Apesar dos achados promissores, os cientistas alertam que o estudo ainda está em fase inicial e que mais pesquisas serão necessárias para confirmar a eficácia e a segurança de qualquer intervenção baseada nessa descoberta.

O avanço representa um passo importante no entendimento das origens biológicas do TEA e reforça a necessidade de um olhar mais aprofundado sobre os marcadores precoces da condição.