Frio intenso pode triplicar risco de infarto e AVC
Temperaturas mais baixas fazem o coração "trabalhar mais" e cardiologistas alertam para maior risco de infarto ou AVC
Apesar de muitos acharem o frio aconchegante, idosos e hipertensos devem dobrar a atenção durante esse clima. Temperaturas mais baixas aumentam a pressão sobre o sistema cardiovascular — e o perigo pode ser maior do que parece.
De acordo com médicos ouvidos pelo g1, as baixas temperaturas durante o inverno provocam alterações no organismo que elevam em até 30% o risco de infarto. O risco de acidente vascular cerebral (AVC) também sobe, podendo aumentar em 20% quando os termômetros marcam abaixo de 14 °C.
Frio estreia vasos sanguíneos e aumenta risco de infarto
A explicação está nas respostas fisiológicas do corpo ao frio. Segundo o cardiologista Henrique Trombini Pinesi, da Clínica Sartor e pesquisador do InCor, o organismo reage à queda de temperatura promovendo a vasoconstrição — ou seja, o estreitamento dos vasos sanguíneos para conservar o calor interno. Isso faz a pressão subir e sobrecarrega o coração.
“Há liberação de hormônios como a adrenalina, que aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial. Esses fatores combinados elevam os riscos cardiovasculares, principalmente entre pessoas vulneráveis”, alerta o médico.
Idosos, fumantes, hipertensos, diabéticos e pacientes com colesterol alto ou histórico de doenças cardíacas, como arritmia ou insuficiência cardíaca, fazem parte do grupo de maior risco.
Segundo Daniel Marotta, cardiologista do Hospital São Camilo, homens a partir de 55 anos e mulheres acima dos 65 já apresentam predisposição natural a eventos cardíacos — e o frio intensifica essa tendência.
Entre os sintomas que exigem atenção estão dor ou pressão no peito, falta de ar, suor frio, tontura e dormência em um lado do corpo. Em qualquer um desses sinais, a recomendação é procurar ajuda médica imediatamente.
Para se proteger, os especialistas recomendam manter-se agasalhado, controlar doenças crônicas, praticar atividades físicas leves, manter uma alimentação saudável e não descuidar da hidratação — mesmo no inverno.