Homem foi ao médico com dor de cabeça e descobriu parasita raro no cérebro
Médicos identificaram o parasita Spirometra erinaceieuropaei, um verme intestinal que, em casos raros, é capaz de migrar para o sistema nervoso
Um caso médico inusitado ganhou repercussão internacional após um homem de 50 anos, residente no Reino Unido, procurar ajuda por conta de dores de cabeça persistentes e descobrir que carregava um parasita extremamente raro alojado em seu cérebro.
O episódio surpreendeu especialistas pela raridade do agente infeccioso e pelo tempo em que ele permaneceu ativo no organismo sem ser detectado.
Homem foi ao médico com dor de cabeça e descobriu parasita raro no cérebro
A situação veio à tona após o paciente, que não teve sua identidade revelada, passar por exames de imagem que revelaram uma presença incomum em sua massa cerebral.
Os médicos identificaram um parasita chamado Spirometra erinaceieuropaei, um verme intestinal que, em casos raros, é capaz de migrar para o sistema nervoso central.
Estima-se que esse tipo específico de infecção tenha sido registrada oficialmente em apenas cerca de 300 ocasiões em todo o mundo desde a década de 1950, o que dificultou o diagnóstico inicial.
Segundo informações do jornal The Guardian, o homem é de origem chinesa e acredita-se que ele tenha contraído o parasita durante uma viagem à China anos antes.
As formas mais comuns de infecção incluem o consumo de carne crua de répteis e anfíbios ou o uso de medicamentos tradicionais contaminados, como pomadas feitas a partir de secreções de sapo, práticas ainda presentes em algumas regiões do leste asiático.
Durante quatro anos, o verme percorreu lentamente o cérebro do paciente, atingindo uma extensão de aproximadamente cinco centímetros.
A presença do parasita representava sérios riscos à saúde neurológica do homem, podendo causar lesões permanentes, convulsões e até morte, dependendo de sua localização e progressão.
Homem com parasita raro no cérebro passou por cirurgia
O paciente foi submetido a uma cirurgia para remoção do organismo estranho, conduzida por uma equipe do hospital de Addenbrooke, em Cambridge. O procedimento foi bem-sucedido, e o homem passa bem.
Paralelamente, cientistas do Instituto Wellcome Trust Sanger aproveitaram a oportunidade para realizar, pela primeira vez, o sequenciamento completo do genoma desse parasita, o que poderá facilitar futuros diagnósticos e tratamentos.
Para os especialistas envolvidos, o caso reforça a importância de vigilância global e de um banco genético que ajude a identificar rapidamente agentes infecciosos incomuns, sobretudo em um mundo onde a mobilidade internacional torna cada vez mais possível a disseminação de doenças antes restritas a determinadas regiões.