Instituto brasileiro inicia testes de vacina contra gripe aviária

Vacina avança em testes e está prevista para ser finalizada até 2026

14/08/2025 17:46

O Instituto Butantan recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 1º de julho para iniciar testes clínicos em humanos da vacina contra a gripe aviária H5N8. Esta aprovação marca um importante passo no desenvolvimento de vacinas destinadas a prevenir potenciais surtos de gripe aviária.

Com início em Recife, 70 adultos saudáveis participarão da fase inicial dos testes.

A autorização surge em resposta à necessidade de preparar o país para eventuais pandemias, dado o potencial do vírus H5N8 sofrer mutações. A vacina é desenvolvida com base em tecnologias que anteriormente demonstraram eficácia contra variantes de influenza.

Os testes pré-clínicos apresentaram resultados promissores, justificando a progressão para estudos em humanos.

Desafio das mutações

Os casos de gripe aviária em humanos são raros e geralmente associados ao contato direto com aves infectadas. No entanto, a mutação do vírus levanta preocupações sobre uma possível propagação entre humanos.

A vacina do Butantan visa conter essa ameaça e está sendo desenvolvida com o suporte de instituições internacionais para criar um estoque estratégico de até 30 milhões de doses.

Expansão dos testes clínicos

Os testes clínicos ocorrerão em duas fases principais, visando avaliar a segurança e eficácia do imunizante. Após a fase inicial em Recife, o estudo será ampliado para incluir outras cidades como São Paulo e Belo Horizonte. O objetivo é atingir um total de 350 idosos após a avaliação positiva dos dados de segurança nos adultos.

O desenvolvimento desta vacina é crítico, pois a rápida evolução das cepas do vírus pode aumentar sua transmissibilidade. Os dados coletados durante os testes serão essenciais para aprovação abrangente pela Anvisa, com finalização prevista para 2026.

O Instituto Butantan, em colaboração com a Anvisa, projeta finalizar o acompanhamento dos testes até 2026, quando os dados serão analisados para aprovação de uso em uma faixa etária mais ampla.