Mudança importante na determinação de hipertensão

Nova diretriz da cardiologia argentina reduz limite da pressão arterial para 13 por 8, visando prevenir infartos e AVCs.

14/08/2025 17:50

A Argentina adotou um novo parâmetro para hipertensão: pressão ideal passa a ser 13 por 8. As principais entidades de cardiologia da Argentina definiram um novo parâmetro para classificar a hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta.

A decisão foi resultado de um consenso entre especialistas, que consideram que os valores anteriormente utilizados não oferecem segurança suficiente para a saúde dos adultos.

A nova diretriz busca aumentar a eficácia na prevenção de doenças cardiovasculares graves, responsáveis por grande parte das mortes prematuras no país.

Mas, afinal, qual valor é considerado seguro hoje?

Durante anos, a medicina considerou aceitável uma pressão arterial de até 14 por 9 (140/90 mmHg). No entanto, estudos recentes apontaram que esse nível não é seguro o bastante. Com base nessas evidências, o novo limite recomendado para pacientes com hipertensão passa a ser de 13 por 8 (130/80 mmHg).

Essa redução de apenas alguns milímetros de mercúrio pode parecer pequena, mas representa uma diferença significativa quando se trata de risco cardiovascular.

A mudança foi fundamentada em pesquisas que mostram que, com esses novos valores, é possível evitar ao menos 15% dos casos de infarto e até 18% dos casos de AVC (acidente vascular cerebral).

A mudança nas diretrizes leva em conta um dos maiores perigos da hipertensão: ela é uma condição silenciosa, que se desenvolve aos poucos e, na maioria das vezes, sem dar sinais claros. Justamente por isso, muitas pessoas só descobrem que têm pressão alta quando já surgiram complicações mais graves.

Hoje, estima-se que apenas 4 em cada 10 pessoas com hipertensão saibam que têm o problema. E, entre os que sabem, são poucos os que realmente seguem um tratamento eficaz para manter a pressão sob controle.

O resultado dessa negligência aparece em forma de números preocupantes: milhares de mortes todos os anos causadas por falência renal, derrames e ataques cardíacos que poderiam ter sido evitados com diagnóstico precoce e acompanhamento médico adequado.