Newton pode estar errado há mais de 300 anos e ninguém percebeu

Nova análise linguística sugere que a Lei da Inércia pode ter sido mal compreendida desde sua formulação original em latim por Newton

14/08/2025 17:43

Isaac Newton é amplamente reconhecido como uma das mentes mais brilhantes da história da ciência. Suas descobertas, formuladas no século XVII, transformaram a maneira como compreendemos o universo físico e pavimentaram o caminho para a física moderna. Um de seus pilares mais conhecidos é a Primeira Lei do Movimento, a chamada Lei da Inércia.

Tradicionalmente, aprendemos que essa lei afirma: “Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme, a menos que seja forçado a mudar esse estado por forças aplicadas sobre ele.”

Será que interpretamos errado a Lei da Inércia de Newton?

No entanto, novos questionamentos vêm ganhando espaço no meio acadêmico, não por desacreditar a física de Newton, mas por considerar que talvez tenhamos interpretado a Lei de maneira diferente do que o próprio autor quis expressar.

A questão surgiu a partir de uma análise mais atenta do texto original, publicado em latim em 1687. Pesquisadores destacam que a construção condicional da frase pode ter levado a uma inversão entre causa e consequência.

Em vez de afirmar que a inércia é o motivo pelo qual um corpo permanece em movimento ou repouso, Newton poderia ter querido dizer que a aceleração ou seja, a mudança de estado só ocorre quando uma força é aplicada.

A diferença pode parecer sutil, mas altera a forma como se entende a relação entre movimento e força. Enquanto o entendimento comum apresenta a inércia como um estado, a nova leitura a trata como resistência à mudança de movimento, não como causa do movimento em si.

Importante ressaltar: isso não invalida a Primeira Lei, nem tira sua relevância. O debate é interpretativo e reforça como ciência e linguagem caminham juntas na construção do conhecimento.