Nova ameaça pode acabar com a indústria do plástico em breve

Cientista de Houston divulga resultados surpreendentes de material criado através de celulose bacteriana que pode substituir o plástico em alguns anos

14/08/2025 17:44

Cientistas correm para descobrir algo que possa substituir o plástico, e recentemente especialistas deram um passo decisivo em Houston, no Texas. Lá, o engenheiro mecânico Maksud Rahman e a sua equipa apresentam na Nature Communications um material nascido da celulose bacteriana que iguala a robustez de alguns metais, dobra-se como papel e, após a sua vida útil, é compostado sem deixar microplásticos.

A descoberta, realizada em colaboração com a Universidade Rice, surge como uma resposta urgente aos 200 mil milhões de quilos de resíduos plásticos gerados em 2024, um volume que ameaça os ecossistemas e o clima global.

Segundo cientistas: Material nascido da celulose bacteriana pode substituir o plástico em anos.

A chave está na espécie Novacetimonas hansenii, capaz de expelir fitas de celulose de apenas alguns nanómetros. Guiadas pela rotação lenta de um cilindro permeável ao oxigénio, as bactérias alinham cada fio com precisão milimétrica.

Uma folha tão fina pode ser dobrada para fabricar uma garrafa descartável, revestir um saco de envio ou servir de substrato em dispositivos eletrónicos sem libertar fragmentos sintéticos. Em hospitais, a mesma celulose pura, porosa e biocompatível já está a ser testada como penso transparente que alivia a dor e acelera a cicatrização, retendo a humidade adequada sobre a ferida.

Hoje, a configuração de laboratório produz cerca de 7,5 mg por dia. Para abastecer a indústria, será necessário multiplicar esse rendimento sem quebrar o equilíbrio de oxigénio que mantém as bactérias alinhadas.

Enquanto os polímeros derivados do petróleo persistem durante séculos, a celulose degrada-se em condições normais de compostagem sem adicionar CO₂ fóssil à atmosfera. Testes de fadiga confirmam que, após 10.000 ciclos de carga, a folha mantém a forma e a resistência, uma garantia para aplicações de longa duração em embalagens estruturais, aeroespaciais ou isolamento térmico.

Ainda é preciso avaliar o ciclo de vida completo e a percepção do consumidor, mas a promessa é clara: a resistência das embalagens não precisa mais se traduzir em poluição permanente.