Novo recurso no WhatsApp pode ajudar hackers a roubar dados

A recente integração da inteligência artificial da Meta ao WhatsApp, conhecida como Meta AI, tem causado forte repercussão entre usuários e especialistas. Lançada com a promessa de otimizar interações e oferecer respostas instantâneas, a tecnologia passou rapidamente de inovação a motivo de preocupação, principalmente no que diz respeito à privacidade.

A Meta AI surge como um contato automático no WhatsApp, podendo também aparecer em grupos ou como botão na tela inicial. O problema é que não há como desativá-la totalmente no Brasil, ao contrário do que ocorre na União Europeia, onde a legislação obriga consentimento prévio para o uso de dados.

Meta AI no WhatsApp: entenda os riscos e como limitar sua atuação no Brasil

A maior crítica gira em torno da coleta de informações pessoais sem autorização clara do usuário. Esses dados podem ser usados para treinar os sistemas da IA, o que especialistas apontam como violação direta à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Apesar da impossibilidade de remoção total, existem maneiras de reduzir a presença da IA:

• Arquivar a conversa com a Meta AI;
• Ocultar o botão de atalho nas configurações (quando disponível);
• Evitar qualquer interação com a IA;
• Preencher formulários de oposição ao uso dos dados, disponíveis nos sites da Meta para WhatsApp, Facebook e Instagram.

Segundo o advogado Rafael Zanatta, a empresa está “testando os limites da LGPD no Brasil”. Já a pesquisadora Mariana Valente, da FGV, alerta que o uso de dados de conversas pessoais para treinar IA é “uma grave violação de confiança”.

Diante da falta de regulação específica no país, o caminho para o usuário é a ação preventiva e consciente. Manter-se informado e exigir transparência são atitudes fundamentais para preservar a privacidade em um cenário onde a tecnologia avança mais rápido que a legislação.