O hábito de acordar por volta das 3h da manhã é relatado por pessoas em diversas partes do mundo e pode ser interpretado a partir de diferentes perspectivas, que incluem desde aspectos fisiológicos até influências culturais e espirituais.

Embora esse comportamento possa parecer incomum à primeira vista, ele possui explicações embasadas na ciência e em tradições históricas.

Registros históricos

Na Europa medieval, por exemplo, era comum a prática do “primeiro sono” e “segundo sono”, caracterizada por um período de vigília entre dois blocos de descanso, geralmente ocorrendo entre a meia-noite e às 3h. A ausência de eletricidade e a dependência dos ciclos naturais do dia e da noite influenciavam diretamente essa rotina.

Em algumas tradições orientais, como a medicina tradicional chinesa, o horário das 3h está associado ao funcionamento do fígado, órgão relacionado ao processo de desintoxicação. De acordo com essa visão, o despertar nesse momento pode indicar que o corpo está em um processo de renovação interna.

Em ambientes urbanos como São Paulo, marcados por altos níveis de estresse, esse despertar pode ser interpretado como um sinal do organismo para reduzir o ritmo.

Aspectos fisiológicos

Do ponto de vista biológico, o fenômeno pode estar ligado ao ritmo circadiano — o relógio biológico que regula o ciclo sono-vigília. Pesquisas indicam que o sistema nervoso parassimpático, responsável por controlar o descanso e a recuperação do corpo, tem um pico de atividade nesse período da madrugada.

A elevação dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, também pode contribuir para esses despertares. Essa condição é frequentemente observada em indivíduos submetidos a pressão constante, como é comum em grandes centros urbanos.

Em locais como o Rio de Janeiro, onde as temperaturas elevadas podem comprometer a qualidade do sono, medidas como climatizar o ambiente podem ajudar a minimizar essas interrupções.

Outros fatores relacionados incluem distúrbios como a apneia do sono e o consumo de substâncias estimulantes, como a cafeína, principalmente no final do dia. Estratégias como evitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir e manter uma alimentação leve à noite são recomendadas por especialistas para melhorar a qualidade do sono.