O que significa cumprimentar pessoas na rua, segundo a psicologia

Há quem cumprimente até quem nunca viu antes, como um desconhecido qualquer atravessando a mesma rua

27/08/2025 10:30

Dar “bom dia” a alguém que passa por você na calçada é um gesto simples, quase automático, que transmite educação e respeito. Em muitos contextos sociais, cumprimentar é o básico da convivência.

No entanto, há quem leve isso adiante e cumprimente até quem nunca viu antes, um desconhecido qualquer atravessando a mesma rua.

Para alguns, isso pode parecer estranho ou exagerado, mas a psicologia tem uma leitura bem diferente: esse comportamento revela muito mais do que boas maneiras. Estudos recentes mostram que ele está ligado à saúde emocional e até ao bem-estar geral.

O que significa cumprimentar pessoas na rua, segundo a psicologia

Pesquisadores de universidades no Reino Unido e na Turquia resolveram investigar esse hábito corriqueiro e chegaram a uma conclusão interessante: quem se dispõe a interagir, mesmo que brevemente, com estranhos tende a ser mais feliz.

Em duas grandes pesquisas, que somaram mais de 60 mil participantes, foi observado que pessoas que relataram pequenos gestos como cumprimentos, sorrisos ou trocas rápidas de palavras com desconhecidos também declararam níveis mais altos de satisfação com a própria vida.

Segundo os psicólogos envolvidos nos estudos, essa inclinação a se conectar com pessoas fora do círculo íntimo pode refletir uma maior abertura social e um sentimento mais forte de pertencimento.

Essas pequenas interações, por mais banais que pareçam, podem reforçar a ideia de comunidade, uma rede invisível que conecta indivíduos que dividem o mesmo espaço, mesmo que por poucos segundos.

Cumprimentar pessoas tem efeito sobre a saúde, diz estudo

Além do aspecto psicológico, o impacto sobre a saúde também chamou atenção.

A Organização Mundial da Saúde já alertou para a solidão como um problema de saúde pública. Sentir-se isolado pode aumentar o risco de doenças cardíacas, problemas mentais e até mortalidade precoce.

E, segundo os cientistas, interações momentâneas com desconhecidos podem ajudar a amenizar essa sensação de isolamento. A comparação feita por especialistas é forte: o isolamento social constante seria tão prejudicial quanto fumar 15 cigarros por dia.

Cumprimentar estranhos, portanto, não é apenas uma questão de simpatia. Pode ser um reflexo de uma personalidade mais aberta, sociável e segura.

Mais do que isso: pode ser um gesto pequeno com efeitos grandes, contribuindo para o bem-estar de quem o pratica — e, talvez, também de quem o recebe.