O risco invisível de espremer espinhas
Mesmo parecendo inofensivo, espremer espinhas pode causar infecções, cicatrizes e agravar o quadro de acne. Veja como cuidar da pele corretamente
Você acorda em um sábado de manhã, olha no espelho e se depara com uma espinha bem no meio da testa em pleno dia da festa. A vontade imediata? Espremer. Mas, segundo especialistas, essa não é nem de longe a melhor escolha.
De acordo com a dermatologista Marcelle Nogueira, pesquisadora da USP, “espremer espinhas nunca é recomendado“. Isso porque o ato provoca um trauma na pele e facilita a entrada de bactérias presentes nas unhas, aumentando a inflamação e o risco de infecções. Além disso, a prática pode deixar cicatrizes profundas, que não desaparecem sozinhas, e até formar traves fibróticas, lesões que causam depressões visíveis na pele.
Em outras palavras, além de não resolver, espremer pode agravar o problema. Entre as consequências, estão:
- Cicatrizes permanentes
- Inflamação intensa
- Acne mais dolorida
- Risco de infecções
Espremer espinhas: por que é um péssimo hábito (e o que fazer no lugar)
A recomendação dos dermatologistas é investir em produtos com ação secativa, que ajudam na cicatrização sem agredir a pele. “Se a espinha estiver muito inflamada, procure um dermatologista para indicar o tratamento adequado”, orienta Elisete Crocco, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
E, atenção: receitas caseiras que circulam pela internet podem parecer tentadoras, mas muitas delas irritam a pele ou até causam queimaduras.
Por que a espinha aparece?
Segundo a Academia Americana de Dermatologia, cerca de 85% dos adolescentes têm acne, mas ela também pode afetar adultos. A espinha surge quando os poros da pele ficam obstruídos por sebo, células mortas e bactérias.
Entre os fatores que agravam o quadro, estão:
- Genética
- Alterações hormonais
- Dieta
- Uso de medicamentos
- Cosméticos inadequados
Tomar sol ajuda a secar espinhas?
Esse é um dos mitos mais populares e perigosos. Apesar de dar a falsa sensação de melhora, a exposição ao sol pode agravar a acne com o tempo. “A pele espessa como uma forma de defesa, o que parece secar a espinha, mas logo depois o quadro piora”, explica a farmacêutica e cosmetóloga Joyce Rodrigues.
Além disso, a radiação solar aumenta o risco de manchas e até câncer de pele. A proteção solar, portanto, é indispensável, inclusive para quem tem acne.
“Filtros solares próprios para peles acneicas podem ajudar no tratamento e prevenir a hiperpigmentação. Os com cor ainda disfarçam as lesões sem entupir os poros”, completa Marcelle Nogueira.
Como prevenir o surgimento de espinhas
A prevenção começa com uma rotina de cuidados simples, mas eficaz:
- Manter uma alimentação equilibrada, com menos açúcar e laticínios
- Usar sabonetes próprios para o tipo de pele
- Criar uma rotina de skincare com produtos adequados
- Nunca deixar de aplicar protetor solar
Outra dica é apostar em cosméticos rotulados como “não comedogênicos”. Isso significa que o produto passou por testes que comprovam que ele não obstrui os poros nem estimula o surgimento de acne.
O tratamento da acne precisa ser individualizado e acompanhado por um dermatologista. Pode envolver desde cremes e antibióticos até procedimentos como peelings, limpeza de pele e lasers, tudo vai depender da gravidade do quadro.