Os erros mais comuns ao guardar seu dinheiro em casa

Nem sempre o maior risco está em perder dinheiro — às vezes, está em achar que ele está seguro em casa

14/08/2025 17:29

Guardar dinheiro em casa, por mais seguro que pareça, ainda é um hábito presente na vida de muitos brasileiros — e pode se transformar em uma armadilha silenciosa.

Entre medo dos bancos e falta de orientação financeira, esconder cédulas embaixo do colchão segue sendo uma prática comum. Mas o custo dessa escolha, muitas vezes, só aparece quando é tarde demais.

Desconfiança no sistema bancário ainda deixa brasileiros inseguros com poupanças

Alcedile Maciel, auxiliar de limpeza, ganhou centenas de milhares de cruzeiros em um sorteio da Tele Sena em 1991. Um ano antes, o país havia vivido o confisco da poupança durante o Plano Collor, o que abalou profundamente a confiança no sistema bancário.

Com medo de ver seu dinheiro sumir, Seu Maciel optou por guardar tudo em casa: dentro de bolsas, gavetas, e até sob o colchão. Ele quase não usou a quantia e, com o tempo, esqueceu do dinheiro.

Mesmo depois da perda, Seu Maciel manteve o hábito até o fim da vida. E ele não está sozinho. De acordo com a pesquisa Raio X do Investidor, feita pela Anbima em parceria com o Datafolha, 3% da população brasileira ainda guarda dinheiro em casa. O número é ainda mais expressivo na classe C, que viu esse percentual dobrar de 2% para 4% em 2022.

Segundo especialistas, a decisão de guardar dinheiro fora do sistema financeiro está muitas vezes ligada à falta de informação.

Mas a consequência é clara: o dinheiro desvaloriza — e muito — com o tempo. Um dos maiores benefícios de investir, mesmo que pouco, é preservar o poder de compra da sua reserva. E isso vale para qualquer valor, por menor que seja. Afinal, não adianta guardar o que se tem com tanto esforço, se ele vai valer menos amanhã.