Perigosas e incomuns: aranhas que assassinam com vômito
Algumas aranhas utilizam uma tática curiosa para neutralizar suas presas: vomitam toxinas digestivas nelas
Quando se fala em aranhas perigosas, a primeira imagem que vem à cabeça costuma ser a de presas afiadas injetando veneno. Essa fama, construída ao longo dos séculos, tem fundamento: muitas espécies são, de fato, predadoras letais.
Mas o mundo dos aracnídeos reserva surpresas ainda mais inquietantes. Em alguns casos, o verdadeiro perigo não está na mordida, e sim no vômito.
Perigosas e incomuns: aranhas que assassinam com vômito
Pesquisadores descobriram que certas aranhas utilizam uma tática inesperada para neutralizar suas presas: vomitam toxinas digestivas diretamente sobre elas.
Esse comportamento foi identificado em aranhas da família Uloboridae, grupo que, curiosamente, não possui glândulas de veneno. Apesar disso, essas aranhas continuam sendo caçadoras eficientes graças a um método alternativo e bastante eficaz.
Após capturar o inseto em sua teia, a aranha secreta um fluido proveniente de seu sistema digestivo sobre a vítima. Esse líquido, que funciona como uma arma biológica, contém substâncias com propriedades semelhantes às do veneno tradicional.
Em testes realizados em laboratório, extratos desse fluido aplicados em moscas de frutas resultaram na morte de metade dos insetos em menos de uma hora, demonstrando o alto poder tóxico dessa secreção.
A evolução dessas aranhas seguiu um caminho singular: abriram mão do veneno injetável, mas mantiveram sua letalidade através da digestão externa altamente tóxica.
Esse mecanismo também foi observado em outras espécies, como a aranha-de-veludo africana (Stegodyphus mimosarum) e a caranguejeira brasileira Acanthoscurria geniculata, popularmente conhecida como tarântula de joelhos brancos, comum na região amazônica.
Como se proteger dessas aranhas?
Esses aracnídeos não representam risco direto para humanos, mas o fato de empregarem toxinas digestivas externas mostra o quão diversificada pode ser a biologia das aranhas.
No dia a dia, medidas simples ajudam a evitar encontros indesejados: manter casas limpas, vedar frestas em paredes e janelas, e sacudir roupas ou calçados antes de usá-los, especialmente em áreas rurais ou próximas a matas.
Aranhas são parte fundamental do equilíbrio ecológico, consumindo bilhões de insetos anualmente. Mas, como mostram essas descobertas, o modo como fazem isso pode ser muito mais bizarro, e fascinante, do que imaginamos.