Pesadelos aumentam risco de morte precoce, aponta pesquisa
Estudo associou maior incidência de casos de Parkinson e demência a pacientes que frequentemente tinham pesadelos
Ter um pesadelo de vez em quando é algo comum. Mas, quando eles se tornam frequentes, podem afetar mais do que só uma boa noite de sono. Uma nova pesquisa sugere que ter pesadelos toda semana pode quase triplicar o risco de morte precoce — antes dos 75 anos de idade.
O estudo, que ainda precisa ser revisado por pares, acompanhou mais de 4 mil pessoas entre 26 e 74 anos por quase duas décadas. Mesmo ao considerar outros fatores de risco, como saúde mental, idade, peso e tabagismo, os pesquisadores identificaram uma forte relação entre pesadelos frequentes e mortalidade prematura.
Como pesadelos podem “antecipar” a morte
A explicação pode estar no impacto biológico desses sonhos perturbadores. Pessoas que sofrem com pesadelos recorrentes apresentaram envelhecimento celular acelerado, segundo três diferentes “relógios epigenéticos” — ferramentas que medem a idade biológica a partir de marcas no DNA. Ou seja: suas células estavam mais velhas do que a idade real.
Os pesadelos, por acontecerem durante o sono REM — fase em que o cérebro está ativo, mas o corpo paralisado —, podem provocar descargas intensas de hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol. Com o tempo, esse estado de alerta constante eleva a pressão, prejudica a regeneração celular e acelera o envelhecimento.
Além disso, os despertares súbitos causados por sonhos ruins interrompem o sono profundo, momento crucial para a recuperação do organismo. O resultado? Um corpo que se desgasta mais rápido e fica mais vulnerável a doenças. Pesadelos frequentes também já foram associados ao risco aumentado de demência e Parkinson.
Contudo, algumas medidas simples como manter o quarto fresco, escuro e sem telas, demonstraram reduzir a frequência dos pesadelos. Em casos mais graves, é possível recorrer a terapia cognitivo comportamental (TCC) para insônia e a terapia de ensaio de imagens.