Planeta recém-nascido é descoberto por cientistas em região de poeira cósmica
O planeta está localizado a 440 anos-luz da Terra no sistema de Escorpião e possui a massa estimada em duas vezes a de Júpiter
Astrônomos, utilizando o Very Large Telescope (VLT) no deserto do Atacama, Chile, registraram um planeta em formação ao redor da estrela HD 135344B.
A descoberta foi publicada em 21 de julho na revista científica Astronomy & Astrophysics, e revelou detalhes inéditos sobre o comportamento dos discos protoplanetários.
Este planeta, localizado a 440 anos-luz da Terra no sistema de Escorpião, tem uma massa estimada em duas vezes a de Júpiter e orbita a estrela a uma distância semelhante à de Netuno em relação ao Sol.
Análise dos discos protoplanetários
Os discos protoplanetários são regiões ricas em gás e poeira que cercam estrelas jovens, servindo como locais de nascimento para novos planetas.
No caso de HD 135344B, a formação do planeta cria braços espirais no disco, confirmando a teoria de que essas estruturas são causadas por planetas que orbitam suas estrelas. O VLT captou estas imagens utilizando tecnologia de alta resolução, proporcionando novas perspectivas sobre os processos planetários.
A observação foi possível graças ao sistema Enhanced Resolution Imager and Spectrograph (ERIS), acoplado ao VLT. Esse instrumento permite visualizar objetos escondidos na densa poeira dos discos, captando luz emitida pelos planetas em formação. A detecção é complexa devido à densidade desses discos, mas o ERIS oferece uma solução inovadora para superar esse desafio.
Observação da estrela V960 Mon
Em paralelo, outra equipe analisou a estrela V960 Mon, também com o auxílio do ERIS. Um objeto celeste próximo foi identificado, embora sua natureza exata ainda esteja em estudo.
Esse companheiro pode ser um planeta em formação ou uma anã marrom, um corpo maior que um planeta mas insuficientemente massivo para se tornar uma estrela.
Essa descoberta amplia o conhecimento sobre a formação de planetas e abre portas para futuras pesquisas. Telescópios mais poderosos poderão observar esses discos protoplanetários em maior detalhe, ajudando a resolver o mistério de por que muitos parecem vazios de planetas.