Pode comemorar: café vai ficar mais barato em breve
Alta oferta de café robusta e avanço da colheita podem reduzir preços após inflação de quase 78% no café moído em 12 meses
Após um ciclo prolongado de alta, o preço do café no Brasil pode finalmente começar a recuar nos próximos meses. A previsão, feita pelo Itaú BBA na mais recente edição do relatório Visão Agro, está apoiada em fatores como o avanço da colheita e o aumento da oferta de café robusta no mercado nacional.
Nos 12 meses encerrados em junho de 2025, o café moído acumulou uma alta impressionante de 77,88%, de acordo com dados do IPCA. Apesar de o ritmo de crescimento estar desacelerando passando de 4,59% em maio para 0,56% em junho, o impacto no bolso dos consumidores permanece evidente.
Preço do café deve cair nos próximos meses, aponta relatório do Itaú BBA
O aumento no preço foi impulsionado pela alta no custo da matéria-prima e repasses ao varejo. Como resposta, muitos consumidores passaram a buscar cafés mais baratos, tendência que pode continuar mesmo com a previsão de redução nos preços.
A expectativa de queda está ligada à maior disponibilidade de café robusta, o que deve permitir à indústria recompor os blends que haviam sido reduzidos devido à escassez dos últimos anos. Enquanto a produção de arábica pode recuar, o robusta ganha espaço, favorecendo preços mais acessíveis.
A recuperação do consumo interno, porém, será lenta. O histórico recente de preços altos faz com que os consumidores mantenham a cautela, priorizando produtos com menor valor agregado. Essa mudança no perfil de compra já influencia as estratégias da indústria cafeeira e do varejo.
Fatores de risco, como a volatilidade cambial e as tarifas comerciais dos Estados Unidos, ainda geram incertezas. O câmbio pode anular os efeitos positivos da queda nos preços internacionais. E, embora os EUA tenham anunciado novas barreiras, substituir o Brasil como principal fornecedor é improvável, dado o tamanho da produção nacional.
Diante desse cenário, o Brasil se mantém como ator central no mercado global de café, com sinais de alívio no horizonte para o consumidor, após meses de forte pressão inflacionária.