Ratos mutantes quebram barreiras e “falam” pela primeira vez
Cientistas estudo marcante para explorar a evolução da linguagem humana
Cientistas da Universidade Rockefeller e do Laboratório Cold Spring Harbor, em Nova York, conduziram um estudo marcante para explorar a evolução da linguagem humana. Neste experimento, eles introduziram uma versão humana do gene NOVA1 em camundongos, um gene considerado crucial para o desenvolvimento da fala e linguagem.
O objetivo foi investigar as mudanças produzidas pela mutação genética exclusiva dos Homo sapiens.
A equipe de pesquisa utilizou a tecnologia CRISPR para substituir a versão do gene NOVA1 dos camundongos pela versão encontrada em humanos. Essa mudança resultou em alterações significativas nos padrões vocais dos roedores. Os filhotes começaram a emitir sons mais agudos, enquanto os machos adultos passaram a apresentar padrões sonoros mais complexos.
O gene NOVA1 desempenha um papel fundamental na regulação do desenvolvimento cerebral ao controlar o splicing alternativo de RNA. Este processo é vital para a diversidade funcional do sistema nervoso, sugerindo que essas alterações genéticas podem oferecer insights valiosos sobre os mecanismos que sustentam a linguagem humana.
Expansão do entendimento genético
Apesar de o NOVA1 ser um dos genes associados ao desenvolvimento da linguagem, outros genes também têm sua importância reconhecida, como o FOXP2. Contudo, o NOVA1, com sua variante humana exclusiva, oferece novas perspectivas sobre como as capacidades de comunicação evoluíram nos humanos modernos.
Os dados sugerem que essa mutação surgiu entre 250.000 e 500.000 anos atrás e pode ter oferecido vantagens evolutivas significativas.
Os cientistas planejam aprofundar a pesquisa para identificar quais áreas do cérebro são mais impactadas pela mutação genética do NOVA1. Esta linha de investigação poderá ampliar o entendimento sobre a evolução das capacidades cognitivas dos humanos e esclarecer as complexas interações que contribuíram para a comunicação verbal.