Você sabia que São Paulo foi fundada para evitar piratas?

Para escapar dos corsários, saqueadores que aterrorizavam as cidades costeiras, jesuítas escolheram fundar a cidade que hoje é a maior metrópole do país

14/08/2025 17:44

Mesmo distante das praias, a história de São Paulo está profundamente ligada à ameaça dos piratas que assolaram o litoral brasileiro nos séculos XVI e XVII. Corsários como Thomas Cavendish navegaram pela costa do Brasil em 1591, atacando vilas como Santos e São Vicente — as primeiras povoações portuguesas no litoral paulista.

A escolha do local foi estratégica por ser longe do mar, protegido não só dos piratas mas também de inundações e doenças nas áreas costeiras.

São Paulo, uma cidade protegida dos piratas

Segundo a história, Cavendish chegou a incendiar construções na Ilha Grande, no litoral de São Sebastião, e comandou ataques violentos contra Santos e São Vicente, deixando um rastro de destruição e medo entre os colonos.

Esses ataques evidenciaram a fragilidade da defesa colonial na costa, especialmente no período da União Ibérica (1580–1640), quando a união entre Portugal e Espanha levou os inimigos da Inglaterra a intensificarem suas investidas contra os territórios lusitanos.

Diante desses perigos e de outros perigos da costa, os jesuítas decidiram fundar, em 25 de janeiro de 1554, o Colégio de São Paulo de Piratininga no planalto entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú.

A escolha do local, longe da costa e em uma área mais elevada, tinha um propósito claro: garantir proteção contra os ataques corsários e o clima adverso do litoral.

Essa decisão estratégica deu frutos. O núcleo jesuíta cresceu e logo se transformou em um importante centro comercial e agrícola, além de ponto de partida para as expedições dos bandeirantes que desbravaram o interior do continente.

Com o tempo, São Paulo se consolidou como principal centro urbano do Brasil, alicerçado em uma economia que passou do café à indústria e aos serviços.

Embora hoje poucos lembrem dos piratas, a fundação de São Paulo está diretamente ligada à fuga dos saques costeiros, tornando-se a metrópole que conhecemos hoje.