10 coisas que o intercambista precisa saber sobre intercâmbio

02/08/2015 01:07 / Atualizado em 07/05/2020 10:26

É cada vez maior o número de brasileiros que buscam uma vivência internacional através do intercâmbio cultural, que vai além da viagem turística e que se materializa através da educação fora do país.

Por conta deste crescimento, há um aumento das opções de cursos, escolas, universidades, destinos, tipo de acomodação e até de operadoras de intercâmbio.

Com tantas opções, fica difícil para o estudante identificar o melhor o caminho a seguir, aí que entra a agência de intercâmbio, ela ajudará o intercambista a traçar sua rota, irá orientá-lo para que possa viabilizar o seu embarque e prepará-lo para lidar da melhor maneira com questões difíceis que possa se deparar durante a sua estadia no exterior”, diz Marcelo Melo, diretor da IE (Intercambio no Exterior), agência especializada em educação internacional e carreira.

Há algumas informações básicas e importantes que o estudante precisa saber sobre intercâmbio antes de fazer.

O pessoal da IE listou as dez coisas que todo intercambista precisa saber sobre intercâmbio antes de fazer. Veja abaixo:

[tab:Passaporte]

Para tirar o passaporte, o primeiro passo é preencher o formulário eletrônico de solicitação e agendamento no site da Polícia Federal (dpf.gov.br) e, depois, imprimir o GRU (Guia de Recolhimento da União).

Feito isso, deve-se apresentar pessoalmente na data marcada no posto de atendimento escolhido com os documentos originais: RG, certidão de casamento ou certidão de nascimento (em caso de menores de 12 anos sem RG), CPF (próprio ou do responsável), título de eleitor, comprovante de eleitor ou declaração de cumprimento das obrigações eleitorais, documento que comprove a quitação de serviços militares (para homens), comprovante da GRU, passaporte anterior (para quem irá renovar), autorização dos pais ou responsável legal (menores de 18 anos).

O prazo para o passaporte ficar pronto é de seis dias úteis e só pode ser retirado pelo solicitante. No caso de dúvidas, a pessoa pode ligar no número 194.

Se no decorrer do intercâmbio o estudante perder o passaporte, ele deve procurar a embaixada do Brasil no país em que está.

É imprescindível que o passaporte tenha validade de no mínimo 6 meses para frente da data que está programada a volta do intercambista.

[tab:Visto]

O tipo de visto depende do país e da duração do intercâmbio. Para os Estados Unidos, se a pessoa ficar três meses estudando meio período, ela pode usar o visto de turista. Caso, fique mais ou faça um curso intensivo, que dura mais de 18h semanais, o visto que deve ser apresentado é o de estudante.

 
 

Já quem vai para o Canadá e pretende ficar menos de seis meses, poderá usar o visto de turista, se ficar mais que isso, deverá utilizar o de estudante. Agora se o destino for Austrália e o intercambista ficar até três meses, o visto pode ser o de turista. Argentina, Chile, África do Sul, Nova Zelândia e Europa dispensam vistos (tanto de turista como de estudante) para estadias de até três meses.

Quem tem dupla cidadania europeia não precisa de visto nem para Europa e nem para os EUA.

Para solicitar o visto, o intercambista é encaminhado para um despachante de vistos especialista no assunto. Não esqueça que para solicitar o visto é necessário já ter o passaporte.

[tab:Cursos]

O aluno deve escolher a opção de educação e experiência internacional que melhor se adéqua ao seu objetivo profissional.

As opções existentes são: cursos regulares de idiomas, cursos de idiomas com atividades, cursos de idiomas com foco profissional, cursos de especialização, high school, graduação, pós-graduação, trabalho temporário no exterior e voluntariado.

O estudante que deseja aprender ou aperfeiçoar um idioma pode optar por diversas escolas em todo o mundo, com data de início às segundas-feiras ou no início de cada mês.

O curso de idioma com atividades é para os que desejam não só aprender o idioma, mas também aliá-lo a um hobby (gastronomia, dança, esporte, etc.) e conhecer pessoas com interesses em comum.

Quem quer aprender o idioma com foco na sua área de atuação profissional (direito, medicina, engenharia, etc.) e já tem um nível intermediário do idioma, pode se matricular em um curso de idioma especializado.

Para menores de 18 anos que ainda cursam o ensino médio, há duas opções: teen experience, com duração de três a cinco semanas e sem exigência de fluência no idioma do país escolhido. Uma espécie de “grupo de férias” que se reúne para atividades e aperfeiçoamento dos idiomas, sob a supervisão de professores e monitores da escola internacional escolhida.

A segunda opção é o high school, indicado para estudantes que já se comunicam em inglês e estão dispostos a passar seis meses em outro país, sob a supervisão de outra família.

Para aqueles que já têm o idioma, estão terminando o ensino médio e desejam cursar universidade no exterior ou os que já cursam a faculdade aqui no Brasil e gostariam de fazer uma parte desta em outro país para aprimorar o currículo, além de terem disponibilidade de ficar fora do país por um período mais longo, a melhor escolha é a da graduação.

A pós-graduação deve ser a escolha daqueles que já possuem o idioma, desejam aprimorar o currículo com uma experiência acadêmica no exterior, procuram uma vivência internacional e dispõem de um período maior para estudar fora.

O trabalho temporário no exterior é para os jovens com foco na experiência em trabalhar por até quatro meses fora do Brasil tendo uma remuneração em dólar.

Há também a opção de estudar e trabalhar meio expediente durante o período do intercâmbio de estudos de idioma, nesse caso o estudante precisará se aprimorar no idioma para conseguir um emprego no país escolhido.

[tab:Destino]

A primeira pergunta que o futuro intercambista deve se fazer é: qual o meu objetivo com esta viagem? Todo o plano de viagem envolve preferências: datas, clima, disponibilidade financeira e comportamento cultural. O destino da viagem deve ir de acordo com os interesses profissionais e pessoais do estudante, pois para que o curso seja proveitoso a pessoa tem que sentir bem no lugar que ela se encontra.

Se o intercambista quer ir para um lugar que seja mais barato, deve fugir das grandes metrópoles e buscar outras cidades do país. O mesmo funciona para aqueles que não querem conviver com muitos brasileiros para que possam praticar mais o idioma, esses estudantes devem evitar lugares mais badalados.

Caso o interesse do intercambista seja fazer uma imersão em uma cultura bem diferente da nossa, é importante que ele conheça as regras básicas do país, para que não as desrespeite e sofra consequências desagradáveis ou até mesmo graves. Quem deve se adaptar à cultura do país escolhido é o estudante e não o contrário.

[tab:Hospedagem]

As opções de hospedagem são: casas de família, dormitórios e residências estudantis, apartamentos e hotéis. Sendo que na maioria dos casos o intercambista pode optar por quarto individual ou compartilhado.

Se a pessoa quer aprender o idioma e a cultura do país in loco, é colaborativa, e gosta da experiência de ter contato com pessoas locais, o lugar indicado é a casa de família. Já se o estudante quer dividir o mesmo teto com alunos de diversos países para conhecer pessoas de várias nacionalidades, gosta de cozinhar ou não se importa de fazer refeições em refeitórios, deseja ficar perto da escola/universidade, gosta de festa e não liga se tiver que compartilhar banheiros ou quarto, ele deve optar pelos dormitórios e residências estudantis.

Para aqueles que querem ter total independência; não têm receio de enfrentar os trâmites burocráticos do aluguel; prezam pela privacidade e conforto, não suportam bagunça, querem escolher a dedo a região que ficarão de acordo com suas necessidades e possuem condições financeiras para pagar um lugar mais caro, o ideal é se hospedar em um apartamento alugado ou em um hotel.

Uma sugestão para quem está em dúvida de onde se hospedar é negociar um período curto (duas a quatro semanas) em um tipo de moradia na hora da matrícula e deixar para decidir no exterior aonde acha mais interessante passar o restante do tempo depois que vencer o prazo do contrato.

[tab:Seguro e assistência]

Para todo intercâmbio é exigido que o estudante tenha cobertura de saúde durante a estada no país escolhido, para tanto são oferecidas diversas opções de assistência ou seguro. Sendo a que principal vantagem da assistência é que para o estudante ser atendido, ele não precisará realizar pagamentos e pedir reembolsos que levam até seis meses.

A assistência também oferece atendimento em português e coberturas extras, como extravio de bagagem. A escolha do valor de cobertura também é essencial, planos com valor reduzido costumam não cobrir custos hospitalares de incidentes que infelizmente acontecem, portanto é recomendado optar por planos com cobertura de pelo menos quinhentos mil dólares.

Os seguros ou assistências atendem acidentes e não tratamentos médicos para doenças pré-existentes. Por isso, quem tiver algum tipo de doença pré-existente deve fazer um plano de saúde no exterior ou checar se o seu plano de saúde no Brasil cobrirá os tratamentos no país de destino.

[tab:Dinheiro]

O intercambista deve levar parte do dinheiro em espécie para a chegada, cerca de US$ 200. O restante do montante é sugerido e mais seguro levar em cartão pré-pago, também chamado de cartão VTM.

A segunda opção é oferecida pela própria agência de intercâmbio e é recomendada pois possibilita um maior controle dos gastos, além da facilidade. Uma média do cálculo mensal de gastos que o intercambista pode ter com transporte, alimentação e lazer.

[tab:Bagagem]

Fazer as malas pode parecer simples, mas é uma tarefa importante. Na hora de montá-las o estudante precisa apostar em roupas versáteis –aquelas peças chaves que combinam com várias outras, deve evitar conjuntos- eles têm uso mais restrito, pode esquecer aquelas peças que estão há tempos no guarda-roupa e quase nunca foram usadas por falta de vontade e leve sapatos confortáveis.

Para facilitar a vida na hora de preparar as malas é interessante fazer uma listinha antes com as coisas que serão levadas, assim não há risco de esquecer de colocar nada na mala.

Uma dica é não abarrotar a mala, pois pagar a taxa pelo excesso de peso pode sair mais caro do que comprar alguns itens lá fora.

[tab:Estudo]

No primeiro dia na escola, o intercambista passa por um teste de nivelamento do idioma. Através desta avaliação é definido o nível em que o estudante irá se encaixar.

É importante salientar que para obter um resultado satisfatório, o intercambista deve estudar diariamente em casa.

Como no exterior os alunos têm aula diariamente, o aprendizado é bem mais rápido. Enquanto no Brasil o estudante tem 2 a 3 horas de aulas por semana, no intercâmbio são média 20 horas por semana, ou seja, no exterior 1 mês de estudo intensivo equivale a 10 meses de estudos no Brasil.

A fluência no idioma varia de acordo com o histórico do estudante. Em média uma pessoa que já estudou o idioma e já tem um nível intermediário vai precisar de 2 a 4 meses para alcançar a segurança para se comunicar. Já um aluno que nunca estudou e deseja voltar falando inglês, levará 6 meses para conseguir ser comunicar.

Vale ressaltar que a maioria volta falando fluente, mas outros não se dedicam tanto, acabam precisando ficar mais tempo para obter a fluência.

[tab:Agências]

O papel da agência de intercâmbio é importantíssimo, pois ela que ajudará o estudante a conciliar seus objetivos profissionais e pessoais e, através destes, escolher o curso e o destino ideal para um resultado satisfatório que proporcione uma realização positiva na vida do intercambista.

Uma boa agência de intercâmbio tem o selo da Belta (Associação Brasileira das Agências de Intercâmbio) e preocupa-se com os objetivos, preferências e perfil do aluno, oferecendo escolas com qualidade comprovada.

O intercambista deve desconfiar de escola com valor muito reduzido, além do excesso de brasileiros, essas escolas correm o risco de perder a licença de funcionamento.