10 motivos para viajar para a África do Sul agora mesmo
O bom viajante não quer ficar apenas no Brasil ou fazer o mochilão básico (e necessário) pela Europa. Quer Américas, Ásia, Oceania… e finalmente, o grande desafio: a África. O continente africano, de modo geral, com serviços e infraestrutura frequentemente precários e população vivendo abaixo da linha de pobreza, não é para viajantes amadores.
Mas há uma exceção: a África do Sul. É uma boa introdução adentrar o continente habitável menos turístico do planeta através de seu país mais bem organizado, onde não faltam bons hotéis, albergues, restaurantes, estradas bem pavimentadas e passeios turísticos que atendem a todo bolso de turista.
Tudo isso sem abrir mão de conhecer o instigante tripé que constitui uma visita à África: a riqueza da cultura negra, o fascínio da fauna local e a beleza de paisagens rústicas e exuberantes.
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2 – Apartheid, Mandela, Soweto
Negros não podiam frequentar praias, ir ao cinema, pegar qualquer ônibus. Não ao menos praias, cinemas e ônibus que fossem ocupados por brancos. E isso não faz muito tempo: foi até 1994 (começou em 1948) o abominável regime de segregação racial que tornava cidadãos negros não-cidadãos, que sequer podiam votar.
A voz da liderança que provocou a mudança foi a de Nelson Mandela, e entender o que foi esse tempo bárbaro que ainda é memória recente e quem foi Mandela são programas obrigatórios na África do Sul. Por isso, é imperdoável pular Joanesburgo –e muitos viajantes, embora cheguem pelo aeroporto da cidade, simplesmente mal ficam aqui, indo logo para destinos mais turísticos.
Em Joanesburgo (versão em português do nome) se encontra o Museu do Apartheid, que é provocativo logo na entrada: uma porta para brancos, outra para negros.
Nos arredores da cidade fica Soweto, praticamente outra cidade, instituída em 1963 para ser habitada exclusivamente pelos negros, que não podiam viver em Joanesburgo. A casa onde morou Mandela fica aqui e pode ser visitada. (Outra referência a Mandela está na ilha Robben, onde o estadista esteve preso, próxima a Cape Town).
Muitos explicam Soweto como uma grande favela. Será mesmo? Visite (é seguro e imperdível) e tire suas conclusões.
3 – Safári –o jogo dos animais
Leão, elefante, leopardo, búfalo e rinoceronte. O que esses cinco animais têm em comum? São os chamados Big Five, os cinco animais selvagens de grande porte mais difíceis de serem caçados. Por aqui, hoje, não se caça nada, mas se procura, avista, contempla, fotografa.
O jogo, conhecido como game drive, consiste em sair de carro por parques e áreas nativas à procura desses animais, em seu habitat natural. Mas existem vários outros bichos bem interessantes: girafas, zebras, macacos, crocodilos, gnus, veados, hienas…
São muitas áreas onde se pode fazer um safári na África do Sul –evite, porém, aquelas onde os bichos estão sedados ou domesticados ou foram enviados para o local para fins turísticos.
O principal parque sul-africano para curtir o game drive é o Kruger Park (a 500 km de Joanesburgo), que conta com boas estradas de acesso, aeroporto nas redondezas, diferentes portões de entrada e vários bons hotéis próximos. Não à toa, se tornou um dos principais parques nacionais do mundo a propiciar a avistagem dos Big Five (poucos países no continente africano se habilitam a um safári completo).
Mas alerta: depois de um safári, você nunca mais desejará ir a um zoológico.
4 – Cape Town, uma carioca na África
A África do Sul tem sua Rio de Janeiro, que se chama Cape Town (eu sei, a maioria dos textos BR traduz para Cidade do Cabo, mas como os sul-africanos, nem ninguém no planeta, traduz Rio de Janeiro para January River, eca, vou honrar e manter o nome original).
A paisagem de Cape Town é dominada por uma extensa montanha de cume plano, que leva o sugestivo nome de Table Mountain (já vi traduções para Montanha Mesa, mas prefiro uma diarreia em viagem a escrever isso). São 1.085 metros de altitude, que, vista de baixo, se agiganta ainda mais. Tal qual a capital fluminense, um bondinho leva até o topo.
Cape Town também ostenta praias lindíssimas e um clima bem mais relax do que Joanesburgo (que é maior e economicamente mais importante). Por outro lado, revela mais desabrigados pelas ruas.
Enfim, Cape Town está para o Rio de Janeiro como Joanesburgo está para São Paulo. Visite as duas, mas realmente programe passear muito por Cape Town. (Ah sim, Cape Town, dizem, é tão segura quanto o Rio… na real me pareceu mais tranquila… de qualquer forma, não vacile!)
5 – Cabo da Boa Esperança
Se te ensinaram na escola que o ponto mais meridional do continente africano se chama Cabo da Boa Esperança, te enganaram. Honra este título o Cabo das Agulhas, não muito distante dali. Mas tudo bem, o lugar, ao sul de Cape Town, merece estar nos nossos livros de História: foi descoberto em 1488 pelo navegador português Bartolomeu Dias, e desde então, se tornou ponto importante de rotas marítimas.
Num primeiro momento, foi chamado de Cabo da Tormenta. Contam as crônicas de viagem que foi rebatizado pelo rei português João 2º, que assim denominou já que, ao ser dobrado, o cabo era a boa esperança, ora pois, de se chegar à almejada Índia.
História à parte, que se conheça também pela geografia: um cartão postal formado por morros, falésias, praias e um mar azulado, tudo observado, do alto de um rochedo, por um centenário farol —onde uma placa informa que o Rio de Janeiro (sim, o Rio mesmo) está a 6.055 km de distância dali.
Confira os demais motivos (e o texto completo com mais fotos) em www.oviajante.uol.com.br.
Por Zizo Asnis , editor-chefe de O Viajante | Siga seu Instagram | Acompanhe seu Facebook