11 atrações grátis em Berlim: aula de história sem pagar nada
Na capital da Alemanha, aprender sobre o século 20 não custa nada; confira dicas
A capital da Alemanha é a minha cidade favorita no mundo.
É verdade que isso não tem importância alguma para o universo algorítmico, que valoriza mais encontrar aqui escrito: 11 atrações grátis em Berlim. Mas a afirmação do começo do texto talvez leve você a pensar “esse cara deve saber dar dicas de Berlim”. Sobre isso você tem razão. De todas as principais cidades da Alemanha para turismo, a capital do país é a mais pulsante, com a história ali, passando sempre debaixo do nosso nariz. E nem é preciso pagar nada para visitar uma parte considerável de seus pontos turísticos, como a Cúpula do Parlamento na foto abaixo.
Basta calçar um par de tênis, uma roupa confortável e levar com você uma dose de disposição e duas de interesse para conhecer um pedaço importante do século 20. Como toda a Alemanha, sua maior cidade não tem vergonha de expor as fraquezas nem os erros do passado. Da nossa lista de atrações grátis em Berlim, muitas delas não foram criadas com a finalidade de ganhar dinheiro com visitantes. Mas para servir de lembrança e alerta a toda humanidade.
Portão de Brandemburgo
Ponto turístico de Berlim, o Portão de Brandemburgo virou símbolo da reunificação da Alemanha após a queda do Muro. Diferentemente dos tempos da cidade dividida, alemães e turistas podem cruzar o portão a pé de um lado para o outro, sem punição nem custo. Um centro de informação turística funciona em uma das laterais.
Parlamento Alemão
Desde 1990, o Reichstag é a casa do poder legislativo do país. Para visitar o Parlamento Alemão, é preciso fazer a inscrição online antecipada. O terraço e a cúpula de vidro proporcionam uma linda visão dos pontos turísticos de Berlim. Há um restaurante no rooftop. Mas aí o programa deixa de ser gratuito, né. Fica na região administrativa da capital alemã, próximo ao Portão de Brandemburgo.
Memorial do Muro de Berlim
Durante quase três décadas, a barreira física que dividiu a Alemanha em duas foi também a representação material da Guerra Fria. Depois da queda do Muro de Berlim, em 1989, alguns trechos ficaram em pé, assim como instalações de fronteira e torres de controle. Parte disso está vivamente exposta no Memorial do Muro, um grande museu a céu aberto na Bernauer Strasse, endereço por onde muitas pessoas tentaram fugir para a Alemanha Ocidental.
East Side Gallery
Em 1990, artistas de 20 países transformaram o cinza escuro e triste das placas de concreto do muro de Berlim em telas. Ao longo de 1.316 metros do lado oriental da muralha, maior trecho da antiga fronteira que permanece em pé, surgiram 101 pinturas em tons de crítica e com tintas fortes para descrever como foram os anos de divisão alemã. East Side Gallery já era uma atração turística para tirar fotos muito antes de existirem as redes sociais. Sendo de graça então…
Checkpoint Charlie
Na Alemanha partida pelo muro havia poucos pontos de passagem entre os lados capitalista e socialista em Berlim. O Checkpoint Charlie era um deles. Sob controle militar dos Estados Unidos, esse posto de verificação de documentos virou parada obrigatória de turistas. Você escolhe se quer a foto diante da guarita ou com a clássica placa “You are living the American Sector” às costas.
Black Box
Vizinho ao Checkpoint Charlie, este espaço reúne objetos e informações sobre a Guerra Fria (1947 a 1989). A entrada do Black Box é paga, mas é possível ver de graça os painéis do lado de fora. Eles já dão uma ideia do que foram aqueles anos de tensão em todo o mundo. O local onde a imensa caixa preta fica foi palco de um desses momentos. Em 1961, tanques soviéticos e norte-americanos ficaram a poucos metros de se enfrentar ali. Mas a diplomacia venceu.
Relógio Mundial
Herança dos anos de domínio socialista, o relógio com o fuso horário de várias cidades do mundo serve de ponto de encontro – até o personagem de Matt Damon conhece um agente debaixo dele no filme A Supremacia Bourne. O relógio fica na Alexanderplatz, a principal praça da capital da Alemanha, onde também estão a bela estação de trem homônima, lojas e a icônica Torre de TV de Berlim.
Palácio das Lágrimas
O saguão envidraçado da estação Friedrichstrasse empresta um ar ainda mais dramático à história vivida dentro dele. Diariamente, entre 1961 e 1989, vários alemães orientais se despediram de parentes e amigos que embarcavam rumo à Alemanha Ocidental, muitos deles de forma definitiva. Essa ruptura, sem qualquer garantia de reencontro, se dava de forma emocionada.
Hoje, a velha plataforma guarda um acervo formado por objetos e vídeos com depoimentos de testemunhas dessas histórias marcadas por tristeza e tensão.
Topografia do Terror
Um mergulho nas estruturas da Gestapo, a polícia secreta nazista, e todo o aparato de repressão que caracterizou essa instituição. Documentos e escavações revelam o terror predominante nos anos em que Berlim foi a capital do Terceiro Reich. Um local de memória e alerta para que a história jamais se repita. Aos sábados e domingos, há visitas guiadas gratuitas em inglês.
Memorial dos Judeus Assassinados da Europa
As 2.711 lajes de diferentes tamanhos chamam a atenção para o número um incomparavelmente maior de vítimas do Holocausto. É um espaço solene e de reflexão. No centro de informações do subsolo encontram-se documentos, fotografias, diários e cartas de despedida de judeus perseguidos e mortos pelo nazismo.
Igreja Kaiser Wilhelm
Batizada em homenagem ao primeiro imperador alemão, a igreja ostenta os sinais de destruição provocados pelos bombardeios da Segunda Guerra. Nos anos de combate, os cinco pesados sinos dela foram derretidos para virar munição. Entre derrubá-la por completo ou reconstruí-la, a saída combinada foi erguer uma nova igreja ao lado e manter as ruínas, a fim de lembrar aos berlinenses e ao mundo o quão estúpida é toda guerra.