3 cidades mineiras que contam histórias de grandes mulheres

À frente do seu tempo, essas mulheres fortes foram personagens de livros, séries, filmes... e tornaram suas cidades mais famosas

Em parceria com Viajala Brasil
05/03/2020 15:04

Minas Gerais tem algumas das cidades mais cheias de história do Brasil e todas elas têm, por trás, as lutas de mulheres fortes que estavam à frente do seu tempo. Três dessas mulheres mineiras, em especial, ganharam as páginas dos livros e, depois, as telas da televisão e do cinema, tornando ainda mais famosas as cidades onde moraram.

O buscador de voos Viajala.com.br indica três cidades coloniais de Minas Gerais que ficaram famosas por suas cidadãs.

Diamantina

Localizada a 292 km de Belo Horizonte, Diamantina tem sua história ligada à mineração. O antigo Arraial do Tejuco representou a maior lavra de diamantes do mundo ocidental no século 18. Esse passado colonial ainda está muito presente no centro da cidade: são diversos casarões antigos, ruas de pedras e igrejas históricas.

Diamantina é também conhecida por suas serestas e pelas vesperatas, eventos que reúnem músicos nas janelas e sacadas de velhos casarões, se apresentando para o público que passeia nas ruas.

É da época colonial que vem uma das histórias mais conhecidas da cidade. Chica da Silva foi uma escrava alforriada que se casou com o homem mais rico do Brasil do século 18, João Fernandes de Oliveira. Parece que a sociedade local não aceitou muito bem essa união e Chica da Silva passou por muitas situações de preconceito.

A história da negra que virou senhora de escravos foi retratada em diversos romances e ficou conhecida pelo filme Xica da Silva de 1976 e pela novela de mesmo nome de 1996.

Ninguém sabe ao certo o que é realidade e o que é ficção na história de Chica da Silva, porém uma parte do turismo de Diamantina está ligada à sua existência. Um dos pontos turísticos da cidade é a casa onde viveu a ex-escrava.

Araxá

Localizada entre o Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba, Araxá é conhecida pelo queijo de Araxá, é verdade, mas também pela história de uma mulher de beleza impressionante: Ana Jacinta de São José, a Dona Beja.

Diz a história (ou a lenda) que ela foi raptada aos 15 anos para ser amante de um homem importante da Vila do Paracatu do Príncipe. Ao voltar para Araxá, a jovem sofreu muito com a sociedade conservadora, que não a aceitava.

Com o dinheiro que juntou em Paracatu, Dona Beja construiu um luxuoso bordel, conhecido como a “Chácara do Jatobá”, onde ela dormia com um homem diferente por noite escolhido por ela, desde que o moço lhe pagasse bem. Em meados de 1853, ela decide ir embora da cidade com a filha para reconstruir sua vida.

Ainda hoje a vida de Dona Beja atrai curiosos. Na cidade, existe um museu dedicado a ela, além da “Fonte da Jumenta”, que dizem que era onde ela se banhava todos os dias. Dizem que a água é milagrosa e era o segredo da juventude, saúde e beleza de Dona Beija.

Belo Horizonte

BH é a terra da botecagem mineira, da comida boa e, claro, de Hilda Furacão. O romance escrito por Roberto Drummond descreve uma linda mulher da alta sociedade que larga a família e se transforma em uma das mais famosas prostitutas de Belo Horizonte na década de 1950.

Durante anos, especulou-se se Hilda era realidade ou ficção, mas em 1991, o autor deu pistas que ela realmente existiu, embora sua história tenha sido romantizada. A mulher que inspirou o livro e, posteriormente, a minissérie da Globo morava na Argentina e era viúva de um ex-jogador do Boca Juniors. Hilda Maia Valentim morreu em 2014.

Independentemente da veracidade dos fatos, o livro Hilda Furacão é uma visita à BH da década de 1950: o glamour do Minas Tênis Clube, a imponência da Praça da Liberdade e a boemia do bairro Guaicurus são alguns desses retratos nostálgicos.

Ainda é possível visitar alguns dos prédios contemporâneos à história da prostituta mais famosa da capital. As construções do Circuito Praça da Liberdade se transformaram em museus e a região da Guaicurus, que permanece uma zona boêmia, foi revitalizada.