5 sítios arqueológicos para conhecer nos arredores de Lima
Capital peruana abriga inúmeros sítios arqueológicos pré-hispânicos
O Peru é berço de uma das mais antigas civilizações das Américas. O país abriga inúmeras ruínas e elementos históricos datados de até 5 mil anos. Nesse cenário, Lima guarda vários alguns dos sítios arqueológicos mais importantes do Peru.
Com um ambiente fomentado por mistério e magia ancestral, tais patrimônios arquitetônicos herdados pelos povos pré-colombianos podem e devem entrar no roteiro daqueles que são apaixonados por história, cultura, misticismo e arqueologia.
Sabe-se que a arquitetura colonial espanhola espalhada pelas ruas do centro histórico de Lima são belíssimas e atraem constantemente os olhares curiosos e fascinados dos turistas. Combinando os elementos do século 16 e 17 com traços de urbanismo moderno, os atrativos arquitetônicos presentes na cidade incluem a Casa de Aliaga –um museu aberto que preservou o casarão onde viveu uma das mais importantes famílias do país por 16 gerações-–, a Catedral de Lima –sede da Igreja Católica no país– e, claro, a emblemática Plaza Mayor.
Trazendo um olhar um pouco mais para o passado, a capital do Peru “esconde” em seus bairros milenares muito mais história do que se imagina. Lima é uma das poucas capitais da região que possui núcleos arqueológicos no meio urbano. Sua história é conhecida desde a presença dos espanhóis, mas pouco se sabe sobre a Lima pré-hispânica e o impressionante desenvolvimento urbano que os colonizadores encontraram ao chegar.
Confira abaixo cinco conjuntos arqueológicos localizados em Lima que não podem ficar de fora do roteiro de viagem.
Huaca Pucllana
Construído pelo povo Ychma por volta do ano 500 dC, Huaca Pucllana é o sítio arqueológico mais visitado de Lima (desde 2017, de acordo com o MINETUR) e um dos mais famosos do país. Em seu território é possível encontrar construções que surgiram bem antes dos povos incas. Estudiosos acreditam que em seu templo principal, em formato de pirâmide, eram realizados sacrifícios de mulheres a fim de acalmar as deusas, consideradas bastante violentas.
Localizada no coração de Miraflores, principal centro turístico de Lima, a área começou a ser estudada em 1981, porém o processo de escavação, pesquisa e restauração ainda está muito longe de ser finalizado, visto que especialistas apontam que a parte submersa pode ser até 6 vezes maior do que a região já explorada, contendo ainda praças, pátios e outras construções ainda cobertas pela areia. A visita ao seu território pode ser complementada com um almoço ou jantar no restaurante localizado na entrada do local, que conta com uma estética rústica e com elementos de arqueologia e arquitetura milenar.
Huaca Huallamarca
Um dos principais sítios arqueológicos de Lima, Huaca Huallamarca está localizado no meio do distrito de San Isidro, muito perto da Huaca Pucllana. Estima-se que foi construído aproximadamente no ano 200 a.C e conta com uma enorme pirâmide de barro que acredita-se ter sido um templo cerimonial pré-inca. Os povos que lá viveram possuíam conhecimentos tecnológicos bastante avançados para a época, como evidenciado pelos túmulos complexos e instrumentos de cerâmica hoje exibidos no museu ao lado da pirâmide.
No entanto, o formato da construção que se vê hoje não corresponde totalmente ao original. Um projeto de reforma de 1958, liderado por Arturo Jiménez Borja, fez várias mudanças no formato, inclusive com a inclusão de uma rampa frontal para a subida dos visitantes até o topo, dando assim mais acessibilidade às plataformas.
Mateo Salado
Localizado perto dos distritos de Pueblo Libre e Breña, a zona arqueológica de Mateo Salado era um centro administrativo-cerimonial construído pela cultura Ychma e depois reocupado pelos Incas. Recebe o nome do francês Matheus Salade, que chegou da Europa no século 16 e viveu como eremita no complexo arqueológico. A recuperação de suas construções foi iniciada em 2007, e até 2013, três das suas cinco pirâmides foram intervencionadas através de pesquisas e restaurações.
Essas pirâmides, que apresentam templos, pátios e escadarias usados pelos povos que lá viveram, hoje podem ser visitadas pelos turistas mais curiosos que desejam conhecer mais sobre a cultura e história das civilizações pré-hispânicas.
Além disso, desde 2010, é realizado na região de Mateo Salado um programa de gestão comunitária que oferece atividades artísticas, culturais e educativas com entrada gratuita para a população e visitantes.
Pachacámac
Localizado a 30 minutos ao sul de Lima, na região de Lurín, o conjunto arqueológico de Pachacámac foi o centro religioso mais importante da costa central do Peru por mais de 1.500 anos, ocupado por vários povos diferentes, como os wari, yshma e incas. Sua importância se deu principalmente pelo Oráculo, pois peregrinos de todo o Peru seguiam até ele como parte de um tradicional ritual andino.
O seu sítio arqueológico inclui 16 pirâmides, praças, palácios e templos erguidos em diferentes épocas pelas diferentes civilizações que habitaram o local. Eventualmente a região acabou se tornando um cemitério – diversas múmias foram encontradas em 2012.
Caral
Com mais de 5 mil anos de idade, Caral é a cidade mais antiga do Peru, levando consigo também o título de centro de civilização mais antigo das Américas. Fica a aproximadamente 3 horas ao norte de Lima e possui inúmeros elementos de terra e pedra que apresentam uma complexidade arquitetônica impressionante para a época. Tão antiga quanto as pirâmides do Egito, a cidade sagrada de Caral ficou esquecida no tempo por mais de 3 mil anos, até ser redescoberta em meados da década de 90.
Estudiosos acreditam que Caral foi lar de uma sociedade pacífica, envolvida apenas em atividades como música e comércio, sem nenhum rastro de armas ou muralhas de proteção. Por apresentarem certos avanços em construções –como canais de irrigação e planejamento de calendários climáticos–, estima-se que a população de Caral estava cerca de mil anos mais avançada do que outras culturas existentes na época. Suas construções, hoje pontos importantíssimos da história do Peru, foram reconhecidas como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 2009.