6 mulheres que fizeram história viajando sozinhas
Neste Dia da Mulher, inspire-se nas experiências históricas dessas viajantes
O assunto até hoje ainda gera polêmica: como se sentem as mulheres que viajam sozinhas? É seguro? É prudente?
Se o tema tem pontos de discussão em pleno 2021, imagine como era no século 19, quando a jornalista americana Nellie Bly deu uma volta ao mundo sozinha ou quando a Imperatriz Sissi, da Áustria, deixava o marido Imperador em casa para viajar pela Europa.
Por mais que o mundo tenha mudado, alguns preconceitos e mitos sobre mulheres que viajam sozinhas seguem de pé. Para Luísa Dalcin, diretora de comunicação do buscador Viajala e viajante solo, a coragem e a prudência devem andar de mãos dadas quando se faz esse tipo de turismo.
“Em um mundo ideal, uma mulher viajando sozinha seria muito natural, mas sabemos que, muitas vezes, é preciso abrir mão de certos planos em prol da nossa própria segurança e do nosso bem-estar”, comenta. “É melhor evitar viajar sozinha para destinos violentos, zonas de conflito ou países cuja cultura local naturaliza o machismo e o assédio, como Índia e Cuba”, explica. “Ainda que não aconteça nada de fato, é possível que a viajante seja bastante importunada se estiver sem companhia nesses lugares”, avisa a executiva do Viajala.
A homenagem a mulheres viajantes é importante nesse Dia da Mulher, mas vale lembrar que, em um momento em que a pandemia do coronavírus avança sem piedade, não é prudente imitá-las agora. O melhor é ficar em casa e colocar a leitura de viagem em dia.
Por isso, o Viajala separou histórias inspiradoras de 6 mulheres viajantes que mudaram o mundo depois de enfrentar, séculos atrás, as mesmas coisas que mulheres viajantes enfrentam até hoje:
#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel, respeitar o distanciamento social e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado?
Jeanne Baret
Sabe quando a mulher vai viajar e escolhe roupas largas, enormes, para não marcar o corpo e ser menos importunada nas ruas? A botânica francesa Jeanne Baret, nascida em 1740, teve que ir muito além: precisou se disfarçar de homem mesmo para participar de uma expedição, entre 1766 e 1769. Sob o nome de “Jean Baret”, foi a primeira mulher a circunavegar a Terra.
Nellie Bly
A jornalista investigativa americana Elizabeth Jane Cochrane (que adotou o codinome de Nelly Bly), nascida em 1864, foi uma das tantas mulheres a ter suas capacidades constantemente desacreditadas pelos homens e a brigar contra essa cultura ferrenhamente. Em 1890, ela publicou o livro “Volta ao Mundo em Setenta e Dois Dias”, que conta como quebrou o recorde de Phileas Fogg, personagem de Júlio Verne que dá a volta ao mundo em 80 dias no seu livro de 1873.
Na imagem acima, ela é retratada por um jornal de 1890 sendo recebida em Jersey City após completar sua jornada. A história de Nelly Bly é verdadeira: ela deu a volta ao mundo sozinha em pleno século 19. O blog 360meridianos conta em detalhes a história incrível de Nelly Bly.
Freya Stark
Uma anglo-italiana nascida em Paris em 1893, Freya foi uma das primeiras escritoras de viagem. Escreveu mais de 20 livros especialmente sobre suas viagens ao Oriente Médio e ao Afeganistão, coisa raríssima na época, e foi uma das primeiras pessoas não-árabes a viajar pelo Deserto da Arábia.
Imperatriz Sissi
Com ela, a vida de viajante muda de nível. Nascida em 1837, a Imperatriz Sissi, da Áustria, conhecida também como Isabel da Baviera, foi a esposa do imperador Francisco José I. Foi a primeira imperatriz viajante solo: quando desenvolveu uma doença nos pulmões, passou a evitar o castigante inverno austríaco por recomendação média e passar temporadas na ensolarada Ilha da Madeira, em Portugal; na morna Ilha de Corfu, na Grécia; em SPAs na Alemanha…
Ela tinha até um iate que usava para navegar pelo Atlântico, Mediterrâneo e a costa grega. Mas a crítica que ouvia da corte é a mesma que muita mulher viajante escuta até hoje: estava sempre viajando e cuidava muito pouco do marido.
Amelia Earhart
A façanha dessa grande aviadora americana é mais conhecida: ela foi pioneira na aviação dos Estados Unidos e uma das mais famosas defensoras dos direitos das mulheres que se tem notícia. Foi a primeira mulher a voar sozinha, sem escalas, durante 15 horas sobre o Oceano Atlântico em 1932 (e você aí, com medo de viajar sozinha de avião em 2021?). Amelia desapareceu no Pacífico em 1937, enquanto tentava realizar um voo ao redor da Terra.
Júlia Lopes de Almeida
Escritora carioca nascida em 1862, Julia Lopes de Almeida foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras e uma viajante nata. Feminista, foi uma das primeiras mulheres a publicar seus textos em jornais brasileiros. Ela conheceu a Europa e a África e chegou a viver em Portugal e na França, mas o que a encantava de verdade eram as expedições que fazia pelo Brasil.
Transformou suas viagens em crônicas e livros como o “Jornadas do Meu País”, em que incentiva os leitores a focar menos na Europa e conhecer a diversidade da nossa terra – incentivo que vale até hoje, mais de um século depois.