9 passeios culturais para fazer no Catar

1 – Souq Waqif

Um dos lugares mais tradicionais no Catar, o Souq Waqif (rua de comércio) tem mais de 100 anos de existência. Porém, em 2003 ele foi quase que totalmente destruído por um incêndio e, em 2006, foi restaurado para o que conhecemos hoje. Além das diversas lojas, uma das atrações que mais chama a atenção é a escultura de um dedão feito a ouro. O “Polegar”, do artista francês César Baldaccini, foi vendido para o Catar para simbolizar o título da Copa da Ásia, em 2019, pela seleção do país, após passar por hostilidades e tentativas de bloqueio para ficarem de fora do torneio. A escultura tem como significado um recado de “não desistir, para ser forte, para fazer o que tem que ser feito, que no fim sairá vencedor”.

Escultura de “O Polegar” traz o significado de “não desistir, para ser forte, para fazer o que tem que ser feito, que no fim sairá vencedor”.
Créditos: Juliana Lauar
Escultura de “O Polegar” traz o significado de “não desistir, para ser forte, para fazer o que tem que ser feito, que no fim sairá vencedor”.

2 – Museu de Arte Islâmica (MIA)

O museu está localizado em uma das extremidades da Corniche, avenida beira-mar em Doha. Com projeto do arquiteto Ieoh Ming Pei, o MIA, com suas linhas retas tão características da arte islâmica, foi construído em uma ilha de uma península artificial perto do tradicional Porto de Dhow, com embarcações usadas para pesca e colheita de pérolas. O museu é o primeiro a apresentar mais de 14 séculos de arte islâmica nos Estados Árabes do Golfo Pérsico. Entre as peças expostas estão trabalhos em metal e cerâmica, joias, trabalhos em madeira, têxtil e vidros. Também é possível encontrar uma coleção de trabalhos reunidos desde o final dos anos 1980, como manuscritos e outros objetos.

Museu de Arte Islâmica com linhas retas bem características da arquitetura islâmica.
Créditos: Juliana Lauar
Museu de Arte Islâmica com linhas retas bem características da arquitetura islâmica.
Museu de Arte Islâmica com linhas retas bem características da arquitetura islâmica.
Créditos: Juliana Lauar
Museu de Arte Islâmica com linhas retas bem características da arquitetura islâmica.

4 – Museu Nacional do Catar

O edifício foi aberto ao público no dia 28 de março de 2019, após substituir o anterior inaugurado em 1975. A estrutura foi projetada pelo arquiteto francês Jean Nouvel e inspirada na rosa do deserto, o desenho em círculos de diferentes tamanhos e ângulos unidos para abrigar 11 galerias. Com instalações multimídia, o museu proporciona ao visitante uma viagem ao fundo do mar do Golfo, passando para o desenvolvimento da sociedade catari, movimentos
migratórios, o comércio em torno da colheita de pérolas até a expansão do país com a descoberta do petróleo. Sem contar toda a área externa do museu e seu café para finalizar assim a experiência de um passeio cheio de cultura.

Museu Nacional do Catar
Créditos: Juliana Lauar
Museu Nacional do Catar

5 – Biblioteca Nacional do Catar

Se você estiver passeando pela Cidade da Educação, uma das paradas obrigatórias é a Biblioteca Nacional. O moderno prédio foi inaugurado em 2008 e conta com milhares de exemplares disponíveis para todos que visitam o prédio, além de guardar a mais importante coleção de textos e manuscritos da civilização árabe-islâmica do Oriente Médio. São textos que relatam a passagem de exploradores pela região há séculos, além de manuscritos árabes,
mapas, globos, fotos históricas e instrumentos de cartografia.

Biblioteca Nacional do Catar guarda a mais importante coleção de textos e manuscritos da civilização árabe-islâmica do Oriente Médio.
Créditos: Juliana Lauar
Biblioteca Nacional do Catar guarda a mais importante coleção de textos e manuscritos da civilização árabe-islâmica do Oriente Médio.

6 – Mesquita da Cidade da Educação

Inaugurada em 2011 dentro da Cidade da Educação, em Doha, a Mesquita é a principal dentro da comunidade mulçumana do país. Projetada pelo calígrafo iraquiano Taha al-Hiti, o templo possui minaretes que mostram caligrafia vertical que se estende para cima, levando o olhar de todos para o céu em uma contemplação de fé. A mesquita comporta até 30 mil pessoas, sendo 11 mil em seu salão principal. Para visitar é preciso agendar com antecedência.

Mesquita da Cidade da Educação é a principal dentro da comunidade mulçumana do Catar.
Créditos: Juliana Lauar
Mesquita da Cidade da Educação é a principal dentro da comunidade mulçumana do Catar.

7 – Passeio de barco nos tradicionais Dhows

Um dos passeios mais tradicionais aqui em Doha é navegar no fim da tarde para ver o pôr do sol em um Dhow. Essas embarcações são parte da cultura do Catar e eram usadas principalmente para mergulho de pérolas, pesca e transporte de mercadorias. Eles se encontram ancorados ao longo da Corniche e estima-se que há mais de 500 desses barcos no país. Algumas curiosidades: cada barco recebe um nome diferente; eles possuem tamanhos
variados (de 20 pés a mais de 130 pés de comprimento); um Dhow pode levar até dois anos para ser construído e pode durar até 120 anos. Outro fato é que sua origem ainda é um mistério, alguns estudiosos acreditam que os barcos vieram da Índia e outros que são derivados das caravelas portuguesas.

Porto de Dhow reúne os barcos mais tradicionais do Catar.
Créditos: Juliana Lauar
Porto de Dhow reúne os barcos mais tradicionais do Catar.

8 – Forte Al Zubarah

Este é um típico passeio que te faz voltar no tempo para um antigo Catar. Localizado a 105 km de Doha, a fortaleza militar foi construída pelo Sheikh Abdullah Bin Jassim Al Thani, em 1938, para servir como estação da Guarda Costeira. O forte foi nomeado Patrimônio Mundial da Unesco, em 2013, por ser o exemplo mais bem preservado da cidade comercial e da pesca de pérolas do século XVIII a XIX na região do Golfo.

Forte Al Zubarah uma fortaleza militar construída em 1938
Créditos: Juliana Lauar
Forte Al Zubarah uma fortaleza militar construída em 1938

9 – Al Jumail – a cidade fantasma

Al Jumail deriva da palavra árabe “jameel”, que significa bonito. A antiga e próspera vila de mergulho e pesca de pérolas está agora abandonada, por isso muitos a chamam de cidade fantasma. Mesmo todo o complexo estando em ruínas (casas, ruas e outras estruturas) é possível se ter uma ideia de como a vila era em seu áureo tempo. Seguindo pelo caminhos dos corredores estreitos, você chega à uma praia que no pôr do sol rende fotografias incríveis tanto
do mar como no jogo de luz e sombras criados dentro das antigas casas do vilarejo.

Torre Al Jumail localizada na “cidade fantasma”
Créditos: Juliana Lauar
Torre Al Jumail localizada na “cidade fantasma”

10 – East-West/West-East por Richard Serra

Para quem gosta de aventura, esse passeio para o meio do deserto não pode ficar de fora. E não adianta colocar no GPS o nome da atração, apenas a coordenada N25031.019'E050o51.948′ irá garantir sua chegada ao local certo. O misterioso endereço é o local onde o artista Richard Serra instalou quatro placas de ferro: duas com 14,7 metros e as outras duas com 16,7 metros, no deserto dentro da Reserva Natural de Brouq, em Zekreet. A
topografia do local faz parecer que, quando alinhadas, elas são do mesmo tamanho.

Placas de west east instaladas pelo artista Richard Serra
Créditos: Juliana Lauar
Placas de west east instaladas pelo artista Richard Serra

*Juliana Lauar é jornalista que se mudou, há dois anos, para o Catar movida pelo calendário da Copa do Mundo.