A cidade perdida de Angkor Wat

Por Eduardo Viero e Mônica Morás, do  blog Eduardo e Mônica

Quando se pensa no Sudeste Asiático, é quase impossível não lembrar de Angkor, a cidade abandonada no meio da selva do Camboja. Muita gente não sabe, mas Angkor é um complexo de mais de 1000 metros quadrados. São templos e edifícios datados do século 9 que foram abandonadas por motivos desconhecidos até hoje.

 

O maior templo e mais bem conservado é o Angkor Wat, é famoso pelo inigualável nascer do sol e por ser a maior construção religiosa do mundo. Mas existem outros templos que não deixa nada a desejar, como Bayon, Ta Prohm ou o pôr do sol no Phnom Bakheng. Angkor foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco e hoje é o símbolo do Camboja, até mesmo na bandeira do país.

Angkor Wat governada pelo rei Suryavarman II, foi centro político, econômico e religioso do Império Khmer, onde chegaram a viver 500.000 pessoas. Mas por motivos desconhecidos, talvez as guerras, os templos de Angkor foram abandonados no século 16.

Angkor Thom foi capital construída pelo rei Jayavarman 7º e foi a maior cidade do Império Khmer. Entre as diversas ruínas, as que mais se destacam são as de Bayon, com 54 torres encaixadas como quebra-cabeça, em que quatros rostos sorridentes (em cada torre) estão virados para cada um dos pontos cardeais.

Como os templos foram construídos no meio da selva do Camboja e ficaram abandonados por muitos anos, a vegetação cresceu e tomou conta de algumas estruturas. O antigo monastério Ta Prohm construído pelo rei Jayavarman 7º é o lugar mais enigmático onde árvores gigantes tornam o lugar fascinante. O filme “Tomb Rider”, com Angelina Jolie, teve cenas filmadas lá.

Curiosidades

Escadas: Para acessar todos os templos existem escadas de pedras, várias altas e a maioria íngreme e irregular do tamanho, às vezes mal cabendo o pé inteiro no degrau, de tão estreitos. Alguns templos têm escadas anexas recentes para facilitar a subida, mas não são todos. O tempo inteiro passa-se subindo e descendo escadas, das menores até as imensas.

Esculturas e detalhes: As esculturas estão por todas as partes, mas as que mais chama a atenção são soldados numa rocha talhada que seguram a ponte sobre o Rio Angkor, na entrada de Angkor Thom. A passagem do tempo desfigurou a maior parte dos detalhes dos rostos dos soldados.

Além disso os templos são ricos de detalhes em suas paredes, como as Apsaras (dançarinas celestiais) e detalhes florais nos frisos, tetos e colunas dos edifícios, justamente por ser um templo em meio a selva.

Macacos: eles estão por todos os lados e é melhor não chegar muito perto, pois eles não são muito amigáveis.

Monges: Não é difícil vê-los por lá, circulando entre os templos.

Nascer e pôr do sol: O nascer do sol acontece no Angkor Wat, mas para vê-lo é preciso chegar bem cedo, assim que o complexo abre, pois é um dos momentos mais disputados pelos milhares de visitantes diários do lugar. Tem que sair do hotel/hostel no máximo às 5h.

O pôr do sol acontece no Phnom Bakheng, que fica no alto de uma montanha. Para conseguir um bom lugar, é melhor chegar antes das 17h, pois depois a disputa fica bem grande por uma foto. Ele acontece por volta das 17h30.

Cuidados

Existem pessoas vendendo livros por US$ 1, apenas cuide as crianças que começam a te seguir tentando vender os livros e outras coisas.

Senhoras sentadas perto dos locais de oferendas normalmente oferecem incensos para os turistas acenderem, `as vezes até dão pulseirinhas da sorte, e quando se pensa que isso foi só um gesto de gentileza, elas pedem dinheiro em troca. Varia de US$ 1 até US$ 20 e o dinheiro não vai para o templo, óbvio.

Cuidado com pessoas muito bem-intencionadas dando dicas dentro dos templos, contando um pedacinho da história, dando dicas de melhor lugar para fotografar. Algumas pedem dinheiro em troca depois do “favorzinho”.

Estrutura do complexo

Em quase todos os templos, principalmente nos maiores, existem barraquinhas de souvenires, restaurantes populares com preços caríssimos, banheiros limpinhos e gratuitos e barraquinhas vendendo água gelada. Na entrada dos templos guias oficiais oferecem visitas guiados de 1h por mais ou menos US$ 15. Todos falam inglês e muitos inclusive são poliglotas.

Ingressos e horários

Os templos ficam abertos das 5h30 até as 17h30. Os ingressos são comprados exclusivamente nas bilheterias na entrada de Angkor e são intransferíveis, tanto que quando se compra, eles fazem uma foto para imprimir no ingresso. Falando nisso, os ingressos são conferidos na entrada de cada templo, então muito cuidado com o seu.

O ingresso de 1 dia custa US$ 20, de três dias custa US$ 40 e de sete dias custa US$ 60. Mas em um dia bem aproveitado dá para ver bastante coisa.

Como chegar e opções de tour

Angkor fica a 5km de Siem Reap, a cidade base para quem visita os templos, e normalmente o pessoal usa tuk tuk. Tem as opções de tours, de carro particular, de bicicleta, mas nós fomos de tuk tuk pelo dia inteiro no circuito pequeno com pôr do sol.

As opções são:

US$ 15: circuito pequeno com pôr do sol; US$ 18: circuito pequeno com nascer do sol; US$ 17: circuito grande com pôr do sol, e US$ 20: circuito grande com nascer do sol.

Clima e vestimenta

Faz calor o ano todo, mas dezembro e janeiro são os melhores meses, quando o calor não é tão grande e não tem tanta umidade. E mesmo assim fazia muito calor. De fevereiro até abril a temperatura sobe bastante acompanhada da umidade, chegando até a 45ºC. E a partir de maio até outubro é a época das monções (chuvas torrenciais típicas da Ásia).

Mesmo com o calor, não é permitido mostrar ombros ou joelhos, então cuidado com a roupa. Em alguns templos eles simplesmente barram o pessoal na entrada.

O tempo no tuk tuk com o vento no rosto entre um deslocamento e outro é uma benção. Água não é uma escolha, é uma necessidade constante durante o dia. Não dá nem tempo de ela esquentar na garrafinha.

Como fomos na época mais seca, voltamos cobertos de poeira, com pés irreconhecíveis.

Angkor foi um dos lugares mais emblemáticos e fascinantes que já visitamos, talvez só que já esteve lá possa entender a energia do lugar e o fascínio que ele desperta até nos menos ligados em religião, história ou arquitetura.

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