Adeus à liberdade? Nudismo é proibido na Praia do Pinho, em Balneário Camboriú
A Praia do Pinho é considerada berço do nudismo no Brasil; medida já está em vigor
Desde o último sábado, 21, não é mais permitido ficar sem roupa na areia ou no mar da Praia do Pinho, em Balneário Camboriú (SC). A medida faz parte do novo Plano Diretor da cidade, extinguiu a área como espaço voltado ao nudismo, encerrando uma tradição que começou em 1988 e marcou a história do naturismo no Brasil.
A decisão, sancionada pela prefeita Juliana Pavan (PSD), reforça medidas já adotadas anteriormente pela prefeitura, que havia revogado a autorização para a prática por meio de decreto.

Quem for flagrado descumprindo a norma pode responder por ato obsceno, previsto no artigo 233 do Código Penal. A justificativa apresentada pelo município é que, ao longo dos anos, a praia deixou de ser usada para o naturismo e passou a ser cenário de atos ilícitos e crimes sexuais. As informações são do site Metrópoles.
“A Praia do Pinho, ao longo do tempo, infelizmente deixou de cumprir o propósito original e passou a ser cenário de situações que preocupam e ferem a legislação. Nosso compromisso é agir com responsabilidade, sempre priorizando o bem-estar coletivo e a tranquilidade de todas as praias de Balneário Camboriú”, justificou a prefeita.
Com a sanção do Plano Diretor, a exclusão da Praia do Pinho como área destinada ao nudismo passa a ter caráter definitivo. O local, que foi referência nacional e internacional, deixa de integrar a lista de seis praias brasileiras oficialmente reconhecidas pela Federação Brasileira de Naturismo (FBrN).
Em nota, a federação lamentou a decisão, que chamou de “moralismo”. “Balneário Camboriú está extrapolando os limites da especulação imobiliária, a ponto de dizimar a história em prol da degradação ambiental, para se tornar a Dubai brasileira, ou seja, o metro quadrado mais caro do Brasil”.
O caso se soma ao da Praia da Galheta, em Florianópolis (SC), que também perdeu a autorização para o nudismo em 2016. Hoje, a discussão sobre a regulamentação da prática na capital catarinense envolve prefeitura, Justiça e Câmara de Vereadores.