Aiuruoca, um paraíso mineiro ‘escondido’ na Serra da Mantiqueira
Esqueça o relógio, tire o pé do acelerador e nem pense em fazer dieta. Você acabou de entrar em território mineiro. Destino Aiuruoca.
Aiuruoca! Difícil de pronunciar? Pois bem, comece a praticar e acostume-se a ele porque esse nome de origem indígena que significa ‘toca do papagaio’, vai ser muito ouvido e falado. Localizada ao sul de Minas, a 370 da km de São Paulo, essa pequena cidade aninhada a 1.000 metros de altitude na Serra da Mantiqueira se harmoniza na paisagem. Bem-vindo a esse lugar predestinado ao bem viver.
Razões inexplicáveis nos aproximam de um rio, cachoeira, montanha, floresta ou até mesmo de rochedos moldados pelo vento. Há uma paisagem que fala mais a nossa alma, e a região de Aiuruoca, ao lado do Pico do Papagaio, nos coloca a dois passos de cada uma delas. E ainda brinda à aventura seja qual for seu esporte predileto: trekking, biking, montanhismo, off-road, caiaque, rapel e cavalgadas. Haja fôlego!
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Aiuruoca é também local propício a observação de pássaros, para os que curtem os vestígios da cultura colonial brasileira, e a noite um céu límpido para os que curtem astronomia.
Ahh! Sabe o que mais há bem pertinho? Que tal São Tomé das Letras (65 km), ou Carrancas (110 km) e ainda a 114 km para o Parque Nacional de Itatiaia? Cá entre nós, em Aiuruoca sempre tem ação.
Consagrada à aventura, Aiuruoca enfeitiça, cativa. Mas dá trégua em um oásis de conforto. Se, até alguns anos atrás essas paisagens eram reservadas aos viajantes românticos e aventureiros que se adaptavam às barracas ou acomodações espartanas, hoje há na região a Pousada Fazenda São Pedro.
O clima retrô convida o hóspede a desacelerar da modernidade, e está presente na decoração assinada por Fabíola Arantes. A proprietária deseja transmitir a ideia dos anos de 1830 quando da construção da casa colonial. E, a presença constante dos donos da fazenda dá ar de informalidade e atendimento intimista. Sem contar a gastronomia mineira, de generosas porções e com sabores únicos como o queijo de Cruzília, cidade próxima e famosa por esse laticínio. E, nem será preciso dizer que os petiscos mineiros são acompanhados das branquinhas provenientes dos bons alambiques da região.
Com o ponto de partida na Fazenda São Pedro, iniciamos nossos roteiros. Depois de um farto café da manhã, fomos conhecer o Pico do Papagaio, a 2.000 m de altitude, principal atração daquele território. Suas panorâmicas, bem como as do Cânion Cavalo Baio, oferecem uma espetacular vista em 360°. Mas atenção, a caminhada não é leve e toma em média 2h30, e nos meses de chuva pode demorar um pouco mais. Porém, vale cada passo.
Sem esconder minha predileção por trekking e montanhismo, confesso que outra boa atividade para conhecer o lugar são as cavalgadas, melhor ainda no final da tarde quando a luz suave e mágica do entardecer satura as paisagens de tons dourados.
Aiuruoca é ainda uma espécie de parque temático para quem tem interesse particular por cachoeiras. É difícil escolher qual delas visitar. Para Flavio Cordeiro, praticante de rapel e fã de carteirinha de Aiuruoca, a ‘Deus me Livre’, a ‘dos Macacos’, a ‘dos Garcias’, a ‘do Fundo’ e a ‘Aiuruoca’ são algumas das mais de 80 cascatas que precisam fazer parte de sua lista. São pra lavar a alma.
Boas viagens de aventura não são apenas aquelas que se valem do susto ou de dores musculares, mas também as que provocam a imaginação e a fantasia.
Grande inspiração para uma viagem. Concorda? Vai lá e depois me diga se não estou certo.
Como chegar – De São Paulo a Aiuruoca são 370 km. São dois os caminhos, um pela BR-116 e outro pela BR-381. Nossa escolha recaiu na última por ser mais pitoresca.
Onde ficar – Pousada Fazenda São Pedro (www.fazendasaopedro.com.br).