Alter do Chão, um vilarejo de ‘praias’ paradisíacas no Pará

28/06/2016 22:52 / Atualizado em 07/05/2020 03:32

Destino novo na rota dos viajantes, muitos podem se perguntar: mas o que é Alter do Chão? O Dubbi, plataforma colaborativa de viajantes, explica como é o vilarejo, o que tem para fazer e quando ir.

O que é

Alter do Chão é um distrito de Santarém, no norte do Pará. Típico vilarejo amazônico, tem cerca de sete mil habitantes. Apesar do turismo estar mais forte agora (atraindo cada vez mais viajantes do Sul e Sudeste), a vila existe desde 1626.

O grande forte são as praias de areias brancas e fofas e águas límpidas que variam entre azul próximo ao cristalino e verde estonteante. São inúmeras ilhas para conhecer. Parece até a descrição de um cenário paradisíaco no litoral do Nordeste, mas isso é no meio da floresta amazônica. Quem banha a região é o rio Tapajós, um dos mais importantes da região Norte.

Tudo isso faz Alter do Chão ter uma das praias de água doce mais bonitas do Brasil (inclusive, parte do crescimento do turismo aconteceu quando o jornal inglês “The Guardian” destacou Alter do Chão em uma lista de praias brasileiras).

Quando ir

A melhor época para visitar Alter do Chão é entre os meses de agosto e novembro. Nesse período, a chuva diminui consideravelmente e as praias, que estavam submersas com a cheia do rio Tapajós, voltam a aparecer. O viajante vai encontrar o vilarejo mais agitado, mas fique tranquilo, não chega a ser nenhuma aglomeração e o descanso está garantido perfeitamente. Quem preferir (ou só puder) ir em outros meses, ainda vai encontrar bastante opção para fazer, mas nada que envolva praia, pois elas estão submersas com a água do rio Tapajós.

E existe ainda a melhor época dentro da melhor época para ir a Alter do Chão. É que a festa Sairé é simplesmente imperdível. Trata-se da mais antiga manifestação cultural popular da Amazônia. A festa acontece há nada mais nada menos que trezentos anos. Começou ainda na época das missões evangelizadoras dos padres jesuítas.

O Sairé divide-se em duas partes: de dia a parte religiosa, e à noite a parte profana, com shows artísticos e danças. O ápice da comemoração é o confronto entre os botos Tucuxi e Cor de Rosa. (quem disse que só existe os bois Caprichoso e Garantido de Parintins?). Em 2016 o Sairé acontece de 15 a 19 de setembro, mas consulte a data ano a ano, pois costuma variar.

O viajante Márcio Lira, de Manaus, dá uma dica fundamental. “Se a pessoa não gosta de muvuca, recomendo não ir durante o Sairé”, alerta.

Como chegar

A cidade paraense de Santarém está localizada bem no encontro do rio Tapajós com o Amazonas. Como eles não se misturam, é possível ver claramente a divisão: de um lado, o azul claro da água do Tapajós, de outro, a água marrom do Amazonas. Visitar essa fronteira fluvial é obrigatório antes ou depois de ir para Alter do Chão.

E quais as maneiras para chegar em Alter do Chão? Boa notícia: existem voos regulares para Santarém, o que já facilita bastante a vida. De lá até Alter existe um ônibus (R$ 2,50) que faz percurso de 38 km pela rodovia Everaldo Martins. Se estiver em mais gente, vale a pena dividir um táxi, que custa cerca de R$ 80. Também dá para chegar de barco. De Santarém é cerca de três horas, mas os mais aventureiros podem sair de Manaus ou Belém, mas aí a viagem demora mais.

Onde ficar

O viajante Márcio Lira explica como funciona as hospedagens em Alter do Chão. “Tudo bem simples, um ou dois hotéis melhores, os demais são pousadas”. O turista pode se hospedar na própria vila de Alter do Chão ou nas praias ao redor.

O que fazer

Opções não faltam. Na Vila, existem ainda, áreas para caminhadas ecológicas e áreas com a presença de botos, bem como uma rica e tradicional produção artesanal. Os passeios de barco podem ser reservados com a Assossiação de barqueiros que fica na pracinha da vila. Em geral eles levam para lugares poucos explorados da região e deixam em alguma ilha ou praia.

Em termos de praia, a principal é a Ilha do Amor, que só existe entre agosto e dezembro, e chega a ter 10 km de extensão. Por sua rara beleza, o lugar recebeu o nome de “Caribe amazônico”. É também uma das mais fáceis de chegar, pois está próxima do centro de Alter do Chão.

A praia do Pindobal fica no município de Belterra, a sete quilômetros de Alter do Chão por estrada de terra. Possui bares na orla e areias claras. É menos movimentada, ideal para fugir de agito. Belterra abriga também a praia de Cajutuba, rodeada de belas dunas e lagos, e tão isolada quanto Pindobal.

Ponta do Cururu, Ponta do Muretá e Ponta das Pedras são outras praias que valem a visita em Alter do Chão.

Para fazer trilhas e caminhadas ecológicas, a Floresta Nacional do Tapajós (Flona) é o melhor lugar. São 600 mil hectares bem preservados. A entrada mais acessível é a partir do km 50 da BR-163. De preferência contrate uma agência, pois existem passeios mais curtos que duram algumas horas, e outros mais longos que duram até dos dias, passando por praias e comunidades locais.

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