Antártica ou Ártico? Veja diferenças desses extremos do planeta
Conheça as diferenças e viaje para os extremos do planeta
Certamente, vai ser uma das viagens mais complexas e fascinantes da sua vida.
Imensas áreas selvagens sem sinal de ser humano (muito menos de celular), muita vida animal na porta de casa e uma constante sensação de estar em lugares onde quase ninguém chegou.
Conhecer os extremos do planeta exige planejamento, além de orçamento folgado para chegar a alguns dos lugares mais virgens e isolados do mundo, embora o Ártico já tenha uma população superior ao que se espera em terras tão sensíveis.
- Viaje pelo Nordeste: 5 lugares que parecem de cinema e nem todo mundo conhece
- Como melhorar a memória naturalmente com exercícios físicos
- Saiba agora por que você precisa conhecer a Chapada Diamantina
- Cheetah Plains oferece safári de luxo sustentável na África do Sul
A mil km da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina, a Península Antártica é a parte mais ao norte do Continente Branco e garante melhores condições climatológicas e vida animal mais disposta a ser observada.
Já a Groenlândia, um dos destinos gelados do norte do mundo, fica entre os oceanos Atlântico Norte e o Ártico, a nordeste do Canadá. Geograficamente, você estará no norte do continente americano; politicamente, sobre regras e leis da Europa.
As viagens para a Antártica costumam ser realizadas em navios quebra-gelo, adaptados para fins turísticos.
Nessas embarcações, marcadas pela informalidade, não há festas com passageiros metidos em traje de gala, muito menos musicais pós-jantar. As atividades de entretenimento a bordo se resumem a workshops com especialistas em aquecimento global, geologia, vida no gelo e fotografia.
Os embarcados viajam em cabines compartilhadas entre até quatro pessoas, equipadas com banheiro e camas. Todas as refeições estão incluídas, do café da manhã ao jantar, inclusive um providencial chá da tarde para esquentar os ânimos.
Para chegar à Groenlândia, a maior ilha do mundo, a primeira etapa da viagem começa em algum grande aeroporto da Europa, de onde se voa até Reykjavik, capital da Islândia.
Dali deve-se seguir em mais um voo de cerca de 50 minutos até Akureyri, no norte islandês (www.airicelandconnect.com), onde se toma mais um voo para Constable Point (www.norlandair.is), um voo de 1h30 de duração que sai apenas às terças e quintas.
Achou que isso era tudo? Para chegar em Ittoqqortoormiit, por exemplo, ainda falta um pequeno trecho de helicóptero até Ittoqqortoormiit, uma viagem cenográfica de apenas 15 minutos sobre glaciais e fiordes (www.airgreenland.com).
Foto
Quando ir
Antártica
A curtíssima temporada turística costuma ir de novembro a março, quando a temperatura gira em torno de 2°C e os animais são abundantes na região.
É nessa mesma época que a região tem luz natural por quase 24 horas, uma eterna luta entre o sono e a vontade de acompanhar o dia sem fim, do lado de fora.
Ártico
A alta temporada no norte do planeta vai de maio a outubro.
É durante o verão, quando a temperatura média é de 10°C, que as temperaturas são mais decentes e a região recebe navios turísticos que fazem cruzeiros no Ártico.
Como chegar
Antártica
A rota turística mais comum é via Ushuaia, na Argentina, de onde partem os navios que cruzam a temida Passagem de Drake.
A travessia costuma durar, aproximadamente, 60 (agitadas e mareantes) horas de viagem.
Ártico
A região conta com mais opções de portos para desembarque e variedade de roteiros, desde os mais urbanos aos mais isolados.
Para chegar ao Ártico, procure destinos como Akureyri, no norte da Islândia; e destinos como Tromsø e o arquipélago de Longyearbyen, ambos na Noruega.
É Antártica ou Antártida?
Ambos nomes estão corretos.
De origem grega, a palavra Antártica é usada como oposto a Anti-Ártico.
á a versão latina Antártida seria uma referência à Atlântida, a lendária ilha dos tempos de Platão. Vale lembrar que o primeiro é adotado pelo governo brasileiro, inclusive nos documentos da PROANTAR, o programa da marinha nacional para estudos científicos na região.
Diferenças
Antártica
– Fica no Polo Sul;
– É o continente mais frio do planeta e recebe rajadas de ventos com velocidades extremas que aumentam a sensação de frio;
– Pouca gente sabe, mas o Continente Branco não é terra de ursos polares. Mas dá para ver animais mais perto do que você imagina, como aves marinhas, baleias orca e cachalote, focas, e milhares de pinguins, como os de barbicha e gentoo;
– Não há população nativa na Antártica, cujos moradores são cientistas temporários, daí o título de ‘continente mais inteligente do mundo’, devido à concentração de estudiosos. O continente abriga bases científicas que podem ser visitadas como a chilena General Bernardo O’Higgins e a Base Antártica Brown, da Argentina;
– A infraestrutura é, praticamente, nula, exceto pela agência de correio, em Port Lockroy, em Goudier Island, onde é possível comprar souvenirs e cartões postais.
Ártico
– Fica no Polo Norte;
– O verão gira em torno de 10ºC, embora a temperatura média anual é de -7.5°C, em alguns destinos, como Ittoqqortoormiit, o povoado mais isolado da Groenlândia, na costa leste;
– Embora mais difíceis de serem vistos, os ursos polares dominam a vida selvagem, formada também por raposas, lebres, bois almiscarados, morsas e baleias.
– É formado pelo povo inuíte, que teria cruzado o estreito que separa o Canadá da Groenlândia, há cerca de 4.500 anos.
Desde 1979, a ilha é uma região autônoma da Dinamarca, porém com regras próprias de acesso. Segundo o órgão de promoção do destino, “se você não precisa de vista para a Dinamarca [que é o caso dos brasileiros], você não precisará de visto para entrar na Groenlândia”;
– A infraestrutura é moderada, com pequenas cidades, hotéis, portos, pistas de pouso e comércio.
O que levar?
Nada de improvisar com as roupas que você levou para a sua última viagem para Bariloche ou Campos do Jordão.
Ambos destinos polares são frios e exigem uso de roupas especiais para temperaturas extremas como peças térmicas, corta-ventos e impermeáveis.
Na Antártica, todo desembarque conta com um complexo processo de preparação que inclui usar botas especiais lavadas em uma solução desinfetante e ordens rígidas para saída do barco.
Por ser um destino afastado e de delicado ecossistema, é necessário também aspirar todas as roupas e utensílios que serão levados para fora, como roupas, bolsas fotográficas e tripés.
E tem o que para fazer?
Na Antártica, as atividades podem variar de acordo com cada embarcação e com as habilidades dos passageiros. Mergulhos, por exemplo, só podem ser feitos por pessoas credenciadas e com especialização em uso de roupa especial, conhecida como dry suite.
As opções de turismo ao ar livre na Antártica incluem atividades como passeios de caiaque, trekking no gelo e até camping a céu aberto.
No Ártico, as opções são mais variadas e, muitas vezes, não muito longe de centros urbanos.
Na Groenlândia, por exemplo, é possível fazer trilhas, navegações por fiordes e, no inverno, travessias em trenós de cachorros ou em motos de neve, e ver a Aurora Boreal, entre setembro e abril.
Sobre a Groenlândia
Com mais de 80% de seu território coberto por gelo, a Groenlândia é a maior ilha do mundo e tem uma das menores densidades demográficas do planeta (0,14 pessoas por km²) .
Localizada na costa oeste, Nuuk é a capital e a maior cidade da ilha, cuja população é de quase 17 mil pessoas. As cidades groenlandesas não contam com acesso terrestre, por isso deslocamentos são feitos em aviões de pequeno porte ou por vias marítimas, durante o verão.
Os primeiros habitantes foram os indígenas inuítes da América do Norte, há 4.500 anos, e desde então pouco parece ter mudado por ali, mesmo após a passagem de expedições inglesas e norueguesas.
SAIBA MAIS
Visit Greenland (www.visitgreenland.com)
Oceanwide Expeditions
Essa empresa holandesa opera na Antártica de novembro a abril; e no Ártico, de junho a setembro.
(www.oceanwide-expeditions.com)