Apartamento de John Lennon, casa de Sharon Tate: 10 destinos ideais para quem curte o gênero ‘true crime’
Sob a influência da tecnologia, aficionados buscam da casa de Sharon Tate ao apartamento de John Lennon para ver, de perto, cenários de crimes reais
Imagine assistir a uma série de crimes reais em uma noite e, no dia seguinte, planejar uma viagem para o local onde tudo aconteceu. Pois saiba que esse desejo repentino tem nome e compõe um fenômeno conhecido como “dark tourism”. Em outras palavras, é um turismo de crime real (“true crime”) e sim, atrai cada vez mais pessoas ao redor do mundo.
A verdade é que o fascínio por crimes reais transcende o entretenimento, se transformando em uma experiência tangível. É por isso que tantos fãs de “true crime” viajam para explorar os cenários desses acontecimentos sombrios.
Dar, por exemplo, só uma olhadinha na casa onde ocorreram os assassinatos de Amityville. Ou, a mansão onde a atriz Sharon Tate foi assassinada por membros da seita de Charles Manson.
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Mas, por que esse fascínio todo pelo gênero que até embasa roteiros de turismo de crimes reais? E para onde essa turma toda vai?
“True crime”: por que viajamos para cenas de tragédias?
Muitos se surpreendem com quem perde uma manhã inteira no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, ou no Pére Lachaise, em Paris, para ver túmulos de personalidades, como Jim Morrison. Mas, o que dizer de quem quer ver de perto locais onde ocorreram crimes reais? De onde vem esse favoritismo pelo gênero?
Uma pesquisa recente da ExpressVPN revela como a tecnologia alimenta essa obsessão global, sobretudo por transformar crimes reais em um espetáculo acessível e, muitas vezes, interativo.
Com a popularização dos documentários, podcasts e redes sociais, histórias de crimes que antes eram apenas manchetes agora são experiências imersivas que atraem turistas em busca de adrenalina e curiosidade mórbida.
No entanto, a obsessão por crimes reais não é nova. Desde os dias de “Jack, o Estripador”, o interesse público pelos detalhes macabros de assassinatos e mistérios cresceu exponencialmente. Porém, com a era digital, o acesso a essas histórias ficou muito mais fácil, e o envolvimento do público se intensificou.
10 destinos do turismo de crime para se arrepiar
Agora que a gente tem alguma explicação sobre a atração pelo gênero, vale saber para onde muitos fãs acabam indo. A princípio, o turismo de “true crime” leva visitantes a locais associados a assassinatos famosos, mafiosos infames e mistérios ainda não resolvidos.
Se você conhece algumas destas histórias e quer ver onde ocorreram, veja exemplos de destinos que se tornaram pontos de interesse para turistas “macabros”:
1 – Londres (Reino Unido) – Jack, o Estripador
O caso de Jack, o Estripador, é sem dúvidas, um dos mais notórios da história. O serial killer assombrou Londres no século 19 e, até hoje, os becos de Whitechapel atraem milhares de turistas. Esse pessoal participa de passeios guiados para explorar os locais onde as vítimas foram encontradas.
Nestes tours, os turistas ficam sabendo detalhes sobre os horrores do final da Era Vitoriana, acompanhados por guias que recontam a história com precisão e, claro, uma dose de suspense.
2 – Lorraine Motel (Memphis, EUA)
O ativista Martin Luther King Jr. foi baleado por James Earl Ray aqui, em abril de 1968, morrendo pouco depois em um hospital da região. Hoje, o hotel não se trata apenas de uma simples atração do turismo de crimes reais.
Lá, funciona o National Civil Rights Museum, cujo acervo trata da luta pelos direitos civis.
3 – Mansão de Sharon Tate (Los Angeles, EUA)
Famosa por ser o local dos assassinatos cometidos pela família Manson, a mansão onde a atriz Sharon Tate, esposa do diretor Roman Polanski, foi brutalmente assassinada, virou um ponto de curiosidade.
Embora não seja oficialmente aberta ao público, a casa continua atraindo turistas interessados na história sinistra dos anos 60.
4 – Alcatraz (San Francisco, EUA)
A antiga prisão de segurança máxima localizada em uma ilha é famosa por abrigar criminosos notórios como Al Capone e oferece tours que detalham a vida dentro de uma das prisões mais infames do mundo.
5 – Casa de Jeffrey Dahmer (Milwaukee, EUA)
Com a popularidade recente da série sobre “Dahmer”, na Netflix, muitos se interessam em visitar o antigo endereço do infame assassino em série. Ainda que a casa onde ocorreram os crimes tenha sido demolida, o local continua atraindo visitantes que desejam explorar a área e relembrar a história sombria.
6 – Museu da Máfia ( Las Vegas, EUA)
O Mob Museum explora a história da máfia nos Estados Unidos, especialmente a relação com Las Vegas. Apresenta exposições interativas sobre crimes organizados, investigações e justiça criminal.
7 – Auschwitz (Polônia)
Não se trata apenas de um caso qualquer de turismo de crime real, mas para ver de perto uma das maiores tragédias da humanidade. O campo de concentração polonês relembra os horrores do Holocausto, com visitas guiadas pelas salas, quartos e câmaras de gás. Com isso, promove uma reflexão sobre a história humana.
Hoje, o local serve como um memorial, atraindo milhões de visitantes que buscam entender melhor as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial.
8 – Bonnie & Clyde (Louisiana, EUA)
O local onde o casal criminoso Bonnie e Clyde foram mortos em uma emboscada pela polícia em 1934 é um destino de visitação para fãs de histórias de crimes reais.
9 – Museu da Tortura (Amsterdã, Holanda)
O Torture Museum exibe instrumentos de tortura usados na Idade Média e conta as histórias sombrias por trás desses métodos. É uma parada popular para turistas interessados em punições e crimes históricos.
10 – Edifício Dakota (Nova York, EUA)
Claro que Nova York não seria um destino turístico apenas para quem quer ver locais de crimes reais de perto.
No entanto, fãs de John Lennon buscam um ponto bem específico: Edifício Dakota, o prédio onde o ex-Beatles morava. E foi em frente a ele que o cantor foi baleado por Mark Chapman.
Ética
Embora fascinante, o turismo de crime levanta questões éticas sobre o respeito pelas vítimas e a romantização de eventos trágicos. Enquanto alguns argumentam que essas visitas ajudam a manter a memória e a história vivas, outros alertam para o risco de banalizar o sofrimento humano.
Respeito e memória: alguns locais, como museus e memoriais, são cuidadosos em sua abordagem, focando na educação e na lembrança das vítimas. Auschwitz, por exemplo, funciona como um importante lembrete dos horrores da guerra e da importância de prevenir atrocidades futuras.
Atrações polêmicas: por outro lado, visitas a casas de serial killers ou locais de assassinatos notórios muitas vezes são vistas como um tipo de espetáculo macabro, onde o entretenimento supera o respeito pelas tragédias. Isso pode levar a um comportamento inadequado dos turistas, como selfies em locais inapropriados ou comentários insensíveis.