Árvore de 900 anos é atração em Santarém, no Pará

Sem dúvida, essa será a experiência mais marcante da sua viagem por Santarém

Em parceria com Viagem em Pauta
11/12/2019 19:30 / Atualizado em 13/05/2025 07:36

Sem dúvida, essa será a experiência mais marcante da sua viagem por Santarém. Sobretudo se você estiver disposto a encarar uma trilha de 15 km (ida e volta) para conhecer uma samaúma gigante com cerca de 900 anos, a Vovozona.

Belterra, município paraense a 65 km de Santarém, é endereço da Floresta Nacional do Tapajós, uma área com quase 530 mil hectares, entre cidades como Aveiro, Placas e Rurópolis.

Samaúma gigante da Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra, no Pará
Samaúma gigante da Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra, no Pará

Considerada uma das mais visitadas do Norte e uma das mais pesquisadas da Amazônia, segundo o ICMBio, essa unidade de conservação se destaca pelas iniciativas de uso sustentável com envolvimento da comunidade local, como a produção de biojoias, couro ecológico e turismo de base comunitária.

A caminhada para ver a Vovozona é puxada e exige disposição. Mas essa gigante de cerca de 45 metros de altura não está sozinha.

Na Flona do Tapajós, a caminhada passa também por castanheiras, jatobás de mais de 30 metros e tauaris, árvore usada em rituais indígenas.

Em uma delas, uma timborana, o guia Ananias Castro se detém, puxa o facão preso à calça e começa a dar golpes na sapopema, como é chamada cada uma das grossas raízes ao redor do tronco, para demonstrar os antigos meios de comunicação na floresta.

O som se propaga pela mata e o silêncio do grupo só é rompido quando Ananias anuncia que a Curupira também produz o mesmo som.

“A Curupira tem andado por aqui, é isso?”, pergunto.

“Tem andado e, inclusive, ela pode estar no meio de nós e ninguém percebe porque ela é um espírito invisível”, avisa o tranquilo Ananias.

Como funciona

A caminhada só deve ser feita com acompanhamento de um guia cadastrado, que pode ser contatado na própria Comunidade Maguari –tel.: (93) 9 9198-3979 / 9 9145-0227–, em Belterra, após registro dos visitantes na portaria de controle do ICMBio.

A entrada na Flona do Tapajós é grátis e o serviço de guia custa em média R$ 100 (grupo de até 5 pessoas). Na volta, é possível almoçar no local por R$ 25, cuja estrutura conta também com hospedagem em rede (R$ 25 com café da manhã).

Samaúma gigante da Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra, no Pará
Samaúma gigante da Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra, no Pará

Devido às dificuldades para se chegar à samaúma, guias de Santarém e Alter do Chão costumam oferecer uma trilha alternativa na comunidade Jamaraquá para ver um exemplar menor de samaúma. Mas nada se compara à gigante da comunidade Maguari.

VEJA TAMBÉM: “Jardim de vitórias-régias é atração de Santarém e Alter do Chão, no Pará”

E tem bicho para ver?

Para decepção dos mais aventureiros, a Floresta Amazônica não é lugar fácil para observação de animais, exceto aves e raros macacos (sem falar numa cobra ou outra que a gente cruza no caminho).

Naquele mundo de plantas e árvores de copas gigantes, a bicharada se concentra mesmo nos pontos mais elevados (e escondidos) da floresta. Durante as caminhadas, é mais fácil encontrar a Curupira do que um felino.

Jaguatirica no ZooFit, em Santarém
Jaguatirica no ZooFit, em Santarém

Mas se você faz mesmo questão de ver a fauna amazônica, a dica é o ZooFIT, o zoológico das Faculdades Integradas do Tapajós que abriga animais provenientes de apreensões e faz um cuidadoso trabalho de reintrodução de animais selvagens na Amazônia. Em 2016, o zoológico e o Ibama devolveram 351 animais à Floresta Nacional do Tapajós, como jacarés, tartarugas e uma jaguatirica.

Com cerca de 54 espécies, o local tem animais como macacos e felinos que podem ser visitados com o acompanhamento de estudantes de biologia e medicina veterinária.

Como chegar

A comunidade Maguari, onde fica a samaúma gigante, pode ser acessada por terra, via BR-163, partir da cidade de Santarém; ou de barco, com saídas de Alter do Chão.

Quem não tem preparo físico ou disposição para caminhar pela quente e exigente floresta conta também com praias de rio para banhos, em comunidades como Coroca –tel.: (93) 9 9154-7432 ou (93) 9 9213-0177–, onde é possível almoçar, conhecer a produção de artesanato com pigmentos naturais e ver uma criação de tartarugas amazônicas.

Trabalho artesanal da Comunidade Coroca, em Santarém
Trabalho artesanal da Comunidade Coroca, em Santarém

Localizada no rio Arapiuns, um braço do Tapajós, Coroca fica a 1h30 de lancha de Alter do Chão (R$ 200 por pessoa, mínimo 4 pessoas) ou a 4 horas de viagem, em barco de linha (R$ 30 por pessoa / ida) que sai do Mercado Municipal de Santarém.

Embora esteja mais perto de Santarém, a melhor opção é embarcar em Alter do Chão, de onde saem as lanchas rápidas da Atufa, no centrinho da vila.